ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
15.09.1999.
Aos quinze dias do mês de
setembro do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Antonio Losada, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Elói
Guimarães, João Bosco Vaz, João Dib, José Valdir, Luiz Braz, Maristela Maffei,
Paulo Brum e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren,
Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, Hélio
Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Motta, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Saraí
Soares, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Sexagésima Oitava
Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador
Artur Zanella, 01 Pedido de Providências, os Pedidos de Informações nºs 125 e
130/99 (Processos nºs 2801 e 2828/99, respectivamente) e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 148/99 (Processo nº 2803/99); pelo Vereador João Dib, os Pedidos
de Informações nºs 132 e 133/99 (Processos nºs 2874 e 2908/99, respectivamente)
e o Projeto de Resolução nº 50/99 (Processo nº 2895/99); pelo Vereador José
Valdir, o Projeto de Lei do Legislativo nº 154/99 (Processo nº 2836/99). Ainda,
foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Sônia Santos, indeferido
pelo Senhor Presidente nos termos do artigo 196 do Regimento, solicitando
renovação de votação da Emenda nº 343 aposta ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo n° 10/97 (Processo nº 3442/97). Do EXPEDIENTE constou: Ofício nº
540/99, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor
Presidente informou estar ausente o representante da Associação dos Moradores
do Bairro Guarujá - AMBG, entidade que hoje ocuparia a Tribuna Popular. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Clênia Maranhão referiu-se aos problemas da Fundação
Estadual do Bem Estar do Menor - FEBEM e salientou a importância de que sejam
observados os preceitos contidos no Estatuto da Criança e Adolescente. Ainda,
teceu considerações acerca do Projeto Porto dos Casais, de iniciativa do
Governo do Estado. O Vereador Luiz Braz anunciou a filiação do Vereador Elói
Guimarães junto ao Partido Trabalhista Brasileiro, historiando dados relativos
à trajetória política de Sua Excelência e desejando sucesso ao Vereador Elói
Guimarães no trabalho que ora se inicia, de defesa dos ideais trabalhistas sob
a égide do Partido Trabalhista Brasileiro. Na ocasião, o Senhor Presidente
registrou a presença de alunos do Colégio de Primeiro Grau Felipe de Oliveira,
acompanhados pelas Professoras Lúcia Simões e Melita Souza. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Elói Guimarães manifestou-se acerca dos motivos que levaram Sua
Excelência a desfiliar-se do Partido Democrático Trabalhista, justificando as
razões que o fizeram optar por ingressar no Partido Trabalhista Brasileiro e
mencionando já ter militado junto a esta agremiação partidária no passado. Em
continuidade, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, o Senhor Presidente
concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Elói Guimarães, que, dando continuidade ao
seu pronunciamento em Comunicações, externou sua disposição em trabalhar pela defesa
e fortalecimento dos ideais políticos professados pelo Partido Trabalhista
Brasileiro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn comentou dados
relativos à decisão tomada pelo Vereador Elói Guimarães, de retirar-se dos
quadros do Partido Democrático Trabalhista. Também, analisou posicionamentos
adotados pelo Partido Trabalhista Brasileiro em relação à atual conjuntura
política brasileira. O Vereador Luiz Braz, reportando-se ao pronunciamento do
Vereador Isaac Ainhorn, avaliou questões atinentes à orientação ideológica
assumida pelo Partido Trabalhista Brasileiro, destacando a importância da união
de todos os partidos políticos de orientação trabalhista para a busca de
soluções para os problemas brasileiros. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Paulo Brum
saudou o ingresso do Vereador Elói Guimarães no Partido Trabalhista Brasileiro.
Ainda, elogiou a atuação da Secretaria Municipal dos Transportes com referência
à concessão de passes gratuitos de ônibus para acompanhantes de pessoas
portadoras de deficiências físicas ou mentais. O Vereador José Valdir discorreu
sobre as relações de trabalho em vigor na sociedade contemporânea, manifestando
sua contrariedade aos movimentos que defendem a retirada de direitos sociais
conquistados pelos trabalhadores. Também, analisou a influência dos avanços
tecnológicos sobre o desenvolvimento econômico das nações. O Vereador Renato
Guimarães reportou-se a resultados de pesquisas de opinião divulgadas pela
imprensa, os quais apontam a queda dos índices de popularidade do Senhor
Presidente da República. Ainda, teceu críticas às políticas de ordem econômica
e social adotadas pelo Governo Federal, especialmente no que se refere à
desvalorização da moeda brasileira. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro
Américo Leal comentou a importância do estabelecimento do contraditório durante
os debates políticos realizados na Câmara Municipal de Porto Alegre. Também,
externou sua contrariedade à atuação do Senhor Fernando Henrique Cardoso à
frente da Presidência da República. Na oportunidade, o Vereador Elói Guimarães
formulou Requerimento verbal, solicitando informações a respeito de reunião
realizada no dia quatorze de setembro do corrente, entre o Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, a Mesa Diretora deste Legislativo e o Colégio de
Líderes, para tratar sobre acordo firmado entre a Associação das Empresas de
Transportes de Passageiros de Porto Alegre - ATP e o Executivo Municipal em
decorrência de intervenção promovida no sistema de transporte coletivo da
Cidade no ano de mil novecentos e oitenta e nove. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora
Maristela Maffei defendeu o trabalho desenvolvido pelo Partido dos
Trabalhadores à frente dos Governos Municipal e Estadual, destacando a
importância da adoção de medidas públicas destinadas a promover o pleno
exercício da cidadania e a luta contra a miséria e a exclusão social. O
Vereador João Dib, ao proceder à leitura de artigo de autoria de Sua Excelência,
intitulado "Obrigação de cumprir as leis" e publicado na edição de
hoje do Jornal do Comércio, criticou a Prefeitura Municipal de Porto Alegre
pela utilização de cartas-contrato para a admissão de servidores para a
Secretaria Municipal da Saúde. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 04/99, discutido pelos Vereadores
João Dib e Renato Guimarães, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 145 e
144/99, este discutido pelos Vereadores Cyro Martini, José Valdir e Renato
Guimarães; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 134/92; em 3ª
Sessão, o Projeto de Resolução nº 20/99, os Projetos de Lei do Legislativo nºs
136, 137, 139, 129/99, este discutido pelos Vereadores Antônio Losada e José
Valdir, e 140/99, discutido pelo Vereador José Valdir, o Projeto de Lei do
Executivo nº 26/99; em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 49/99. Após, foi
apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Dib, solicitando renovação
de votação da Emenda nº 41 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97
(Processo nº 3442/97), tendo o Senhor Presidente, face Questões de Ordem do
Vereador Antonio Hohlfeldt, prestado esclarecimentos a respeito da tramitação
deste Requerimento. Ainda, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou Requerimento
verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando seja encaminhado à Procuradoria
da Casa o Requerimento do Vereador João Dib, acima referido. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt criticou a fiscalização do trânsito
realizada hoje nas imediações da Assembléia Legislativa. Condenou as práticas
de propaganda utilizadas pelo Partido dos Trabalhadores e referiu-se à reunião
realizada nesta Casa, sobre o acordo decorrente da intervenção procedida pelo
Executivo Municipal sobre o sistema de transporte coletivo. A seguir,
constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e
foram efetuadas as votações a seguir especificadas, de matérias destacadas
referentes ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97 (Processo nº
3442/97): foi aprovado o inciso III do artigo 40, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Hélio Corbellini e Antonio Hohlfeldt,
tendo a Vereadora Sônia Santos solicitado fosse registrado seu voto contrário a
esta matéria; foi rejeitada a Emenda de Relator nº 236, após ser encaminhada à
votação pelo Vereador Hélio Corbellini, tendo a Vereadora Sônia Santos
solicitado fosse registrado seu voto favorável a esta matéria e tendo o Senhor
Presidente, face manifestação da Vereadora Clênia Maranhão, prestado
esclarecimentos acerca desta votação; foi aprovada a Subemenda nº 03 à Emenda
nº 237, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol; foi
rejeitada a expressão "complementar", constante na Emenda nº 173,
após ser encaminhada à votação pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo os Vereadores
João Dib e Juarez Pinheiro manifestado-se, através de Questões de Ordem, acerca
desta votação. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 347 aposta ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 10/97, por onze votos SIM, dezoito
votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores
Guilherme Barbosa, Reginaldo Pujol, Lauro Hagemann e Hélio Corbellini, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Ávila, tendo votado Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Eliseu Sabino, Gilberto Batista,
Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Reginaldo Pujol e Tereza Franco, Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada,
Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme
Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Saraí
Soares e Sônia Santos e tendo optado pela Abstenção o Vereador Elói Guimarães.
Na ocasião, face Questões de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos a respeito desta votação. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 155 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97, por cinco votos SIM e vinte e três votos
NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Ávila, tendo votado
Sim os Vereadores Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Paulo Brum e Tereza
Franco e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Antonio Hohlfeldt,
Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio
Schauren, Elói Guimarães, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Maristela
Maffei, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Renato Guimarães, Saraí Soares e
Sônia Santos. Ainda, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do Vereador
Juarez Pinheiro, acerca de Parecer aposto à Emenda nº 155. Foi rejeitada a
Emenda nº 341, por treze votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser encaminhada à
votação pelos Vereadores Sônia Santos, Elói Guimarães, Clênia Maranhão e João
Motta, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Ávila, tendo votado
Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo,
Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, João Carlos Nedel,
João Dib, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Sônia Santos e Tereza Franco e Não os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme
Barbosa, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Saraí Soares,
tendo o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestado-se a respeito desta votação. Na
ocasião, foi apregoado Requerimento da Vereadora Sônia Santos, indeferido pelo
Senhor Presidente nos termos do artigo 196 do Regimento, solicitando renovação
de votação da Emenda nº 343 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 10/97, tendo esta Vereadora formulado Requerimento verbal, deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando fosse este Requerimento encaminhado à
Procuradoria da Casa. Foi rejeitada a Emenda nº 361, após ser encaminhada à
votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, e o Senhor Presidente, face Questões de
Ordem e manifestações dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz, Juarez
Pinheiro, Guilherme Barbosa e Isaac Ainhorn, prestou esclarecimentos acerca
desta votação. Ainda, face Requerimento verbal do Vereador Reginaldo Pujol,
deferido pelo Senhor Presidente, os trabalhos estiveram suspensos das dezoito
horas e dez minutos às dezoito horas e quatorze minutos. Foi rejeitada a Emenda
nº 357, por cinco votos SIM, dezenove votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
encaminhada à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Antonio Hohlfeldt, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Ávila, tendo votado Sim os
Vereadores Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz e
Reginaldo Pujol, Não os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio
Losada, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren,
Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Renato
Guimarães, Saraí Soares e Sônia Santos e tendo optado pela Abstenção o Vereador
João Dib. Na oportunidade, face manifestações do Vereador Antonio Hohlfeldt, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor da Emenda nº 357. Às
dezoito horas e quarenta e oito minutos, esgotado o prazo regimental da
presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Adeli Sell e secretariados pelos
Vereadores Adeli Sell, Paulo Brum e Luiz Braz, os dois últimos como Secretários
"ad hoc". Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A entidade que usaria, hoje, o período de
Tribuna Popular, não se fez presente até este momento. É a Associação dos
Moradores do Bairro Guarujá.
Passamos
às
COMUNICAÇÕES
A
Vera. Clênia Maranhão está com a palavra.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
quero, neste período de Comunicações, referir-me, especificamente, a dois
problemas da nossa Cidade. Primeiro, quero retomar uma discussão que já foi
feita por vários Vereadores, que é sobre a situação da FEBEM.
Tive
oportunidade, em uma intervenção nesta tribuna, de colocar a sugestão de que
esta Casa prosseguisse acompanhando de perto a situação da FEBEM, para que as
providências não cheguem apenas posteriormente a incidentes que lá tenham
ocorrido.
Ontem,
o Ver. Renato Guimarães ocupou esta tribuna referindo-se ao mesmo tema e dizia
que a crise da FEBEM tinha causas anteriores a este último ano e que várias
medidas estavam sendo tomadas naquele órgão com relação à garantia do Estatuto
da Criança e do Adolescente.
Tendo
em vista que não temos nenhuma informação de quais são estas medidas, de quais
são as iniciativas tomadas pela Direção da FEBEM, no sentido de resolver aquela
situação que faz com que aquela Instituição se transforme, efetivamente, num
espaço sócio-educativo e de reintegração das crianças e dos adolescentes da
comunidade, quero voltar aqui para dizer que os dados que foram apresentados
pelas intervenções do Sr. Secretário, da Sra. Presidente da FEBEM não indicam esta
solução. Então, tendo prosseguido o clima de tensão, de insegurança e de
insatisfação dos funcionários que lá se encontram, e desconhecendo qualquer
modificação na orientação, no sentido de corrigir os graves problemas que lá
existem, sugiro que a Comissão de Educação, que a Comissão de Direitos Humanos
e que todos os Vereadores possam colher o máximo de informações para que,
efetivamente, não sejamos surpreendidos com novos atos de violência e com
atitudes de desrespeito à aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Cada
vez que acontece um incidente, uma violência na FEBEM, o Ver. Pedro Américo
Leal, que, infelizmente, não se encontra no Plenário, tenta responsabilizar uma
Lei que é o Estatuto da Criança e do Adolescente, pelos fatos que ocorrem em
desrespeito às crianças e adolescentes e pela ausência de uma política firme de
acompanhamento e de reorientação em relação aos menores infratores.
Eu
quero dizer que o meu Partido, o PMDB, teve um papel fundamental no Congresso
Brasileiro, no sentido da aprovação de uma Legislação que, na verdade, é uma
verdadeira constituição na defesa das criança e dos adolescentes.
Os
fatos que acontecem na FEBEM não são de responsabilidade do Estatuto da Criança
e do Adolescente e sim pela falta do cumprimento e de condições para a sua
aplicação. O Estatuto, em nenhum momento, defende a infração, defende os
infratores, pelo contrário, defende uma política de socialização e de
reabilitação dos adolescentes.
A
outra questão que quero trazer, e que espero que seja palco de preocupação
desta Casa, refere-se a um dos Projetos mais importantes e que traria uma
verdadeira revitalização do Centro de Porto Alegre, um Projeto que esta Casa
acompanhou e participou: o Projeto Porto dos Casais. O Projeto Porto dos
Casais, todos nós sabemos, é do Governo do Estado e foi aprovado em concurso
público, após largos estudos entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o
Governo do Estado. Obtivemos a informação de que todos os recursos aplicados no
concurso público e os investimentos feitos nessa área serão jogados no lixo e
também de que está havendo uma proposta de desrespeito à lei e ao concurso
público que aprovou o Projeto Porto dos Casais. Todos os problemas da Cidade
são problemas desta Casa, e um Projeto daquele porte foi discutido nesta Casa
por duas vezes. Se há um desrespeito à lei e há uma proposta de desperdício do
dinheiro público, é responsabilidade, sim, desta Casa, investigar, acompanhar e
exigir a solução dessa questão. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. Luiz Braz está com a palavra no
período de Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
Senhoras e Senhores, em uma das últimas Sessões que tivemos aqui na Câmara
Municipal, o Ver. Elói Guimarães ocupou esta tribuna e disse que estava
descontente com a política adotada pelo Partido onde se encontrava e, portanto,
se declarava independente. Eu sempre tive na pessoa Ver. Elói Guimarães um dos
grandes referenciais desta Casa. Em 1982, quando aqui cheguei, o Ver. Elói
Guimarães já era Vereador da Casa desde 1976. Então, apressei-me e comuniquei
ao meu Partido aquilo que estava acontecendo, dizendo que ficaríamos
extremamente honrados se pudéssemos ter a participação do Ver. Elói Guimarães dentro
do PTB.
O
Presidente do nosso Partido, Dep. Sérgio Zambiasi, imediatamente, me colocou na
missão de vir até o Plenário convidar o Ver. Elói Guimarães para que viesse
militar no Partido Trabalhista Brasileiro. Eu assim o fiz e, com muito
satisfação, vi que aquela semente que nós plantamos acabou germinando de uma
maneira muito satisfatória.
Hoje,
estou, aqui, nesta tribuna, neste período de Comunicações, para fazer a
comunicação que eu queria fazer, Ver. Elói Guimarães, para saudar V. Exa. e
dizer que é uma honra muito grande para o PTB contar com a experiência de V.
Exa. aqui, no nosso Partido. Queremos, na verdade, nos somar ao lado de V. Exa.
para que possamos fazer um grande trabalho em prol de Porto Alegre. Vossa
Excelência traz, não apenas um acréscimo numérico ao nosso Partido, mas um
lustro de cultura, uma qualidade muito grande que precisávamos ganhar. Vossa
Excelência veio e eu penso que a qualificação que estamos recebendo com a sua
chegada ao nosso Partido nós queremos creditar à sorte do PTB de chegar ao
poder, não apenas aqui no Município de Porto Alegre, mas no Rio Grande do Sul,
e trazer o trabalhismo de volta, com certeza, para dirigir este País. Que
possamos levar este País ao rumo que nós desejamos, o rumo do progresso, que
aquelas conquistas sociais que só o trabalhismo pode trazer para a nossa
sociedade possam ser reeditadas e fortalecidas, agora, com a sua volta, tanto
em nível Nacional, como em nível Estadual e Municipal. Tenho a certeza absoluta
de que a vinda de Vossa Excelência para o PTB é um marco, é um sinal de tudo
isso, porque, afinal de contas, a sua entrada no Partido Trabalhista Brasileiro
vem marcar exatamente essa qualificação de quadros que nós, hoje, temos com
riqueza para ocupar realmente qualquer administração.
V.
Exa. que tem-se mantido há muito tempo à frente da Comissão de Justiça desta
Casa e, com muito brilhantismo, teve sempre o discernimento de apontar os rumos
corretos para que este Plenário pudesse votar as matérias com os Pareceres da
Comissão de Justiça. V. Exa., tenho certeza, orgulharia a sociedade em qualquer
posto que viesse a ocupar em qualquer momento nas administrações públicas.
Portanto,
boas-vindas ao nosso Partido Trabalhista Brasileiro e que possamos, realmente,
produzir muito trabalho em prol da nossa sociedade que está esperando isso,
homens de qualidade como V. Exa. e uma produção de qualidade como V. Exa.
sempre realizou. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registro, com muita satisfação, a
presença nesta Casa do Colégio de 1º Grau Felipe de Oliveira, com os seus
alunos acompanhados pelas Professoras Lúcia Simões e Melita Souza. Nossa
saudação e nosso cumprimento a todos os componentes deste Colégio que hoje nos
visita.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra, em período de Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, consultaria V. Exa.,
numa preliminar a minha fala, sobre a possibilidade de, concluído o tempo de
cinco minutos, poder usar o disposto no artigo 94, parágrafo 1º, letra “f”, que
é o Tempo Especial, para uma comunicação que farei.
O SR. PRESIDENTE: Se V. Exa. não conseguir terminar no
tempo de cinco minutos todo o seu pensamento, concederemos-lhe o tempo.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a V. Exa.
Inicialmente,
agradeço a todos pelos convites que recebi, quando da decisão que tomei, uma
decisão motivada, muito forte e muito dura para mim, a decisão de sair do PDT.
Eu não troquei de partido. Insisto nessa conceituação. Uma coisa é trocar de
partido e outra é sair de um partido. Agradeço aos vários convites recebidos,
entendo que muitos deles foram por mera cortesia democrática, e outros tinham
algum conteúdo. Eu tinha de tomar uma decisão nesse sentido. Hoje eu penso
dessa maneira, mas amanhã eu poderei pensar diferente. Não estou certo se serei
candidato às próximas eleições, essa é uma questão que será muito bem
trabalhada e elaborada, no início do ano que vem. Por outro lado, eu teria que
tomar precauções, porque, vamos admitir que eu não ingressasse em um partido e,
no ano que vem, resolvesse ingressar, por razões que não vou aqui analisar, eu
não teria condições. Essa seria uma medida preventiva, ela tem os seus
fundamentos, as suas motivações, até históricas.
Agradeço
aos companheiros que, de uma forma ou de outra, externaram as suas
manifestações. Eu nem preciso agradecer aos meus companheiros do PDT, da
Capital e do interior, que, em manifestações emocionadas, insistiram em que eu
revisasse a minha decisão, coisa que me provocou toda uma carga emocional e de
sentimento. Mas eu ponderei as profundas dificuldades que havia em reverter
algo que passei a elaborar em termos de decisão de uma determinada data. Quero
fazer agradecimentos a meus amigos, companheiros, falar das razões por que saí,
meu caro amigo Presidente Nereu D’Ávila, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz. Eu já
tive oportunidade, nesta tribuna, num apanhado de síntese, de dizer as razões
por que saí. Eu me dispenso reproduzir estas razões e explicações.
Agora
preciso levar ao conhecimento da sociedade, dos eleitores as razões pelas quais
eu entrei neste partido, que razões, que fundamentos, que motivações me levaram
e me fizeram a entrar no PTB, Partido Trabalhista Brasileiro. Preciso colocar.
Examinei, como disse, muitos dos convites, alguns incisivos. Por que eu entrei
no Partido Trabalhista Brasileiro? É uma fundamentação que preciso dar
conhecimento às pessoas, à sociedade e aos eleitores. Devo dizer que tenho uma
intimidade histórica com a sigla PTB. Na juventude, participei do PTB e de
memoráveis acontecimentos político-cívicos deste Partido. Tive a oportunidade
de participar de muitas campanhas. Participamos do grupo dos onze. Na
juventude. eu tinha um grupo que liderava o grupo dos onze naquela crise que
tivemos no pré-64. Tinha, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, portanto, uma
relação histórica com a sigla.
Entrei
em extintos Partidos Políticos, após o Movimento de 64, eu ingressei e passei a
militar no MDB, Movimento Democrático Brasileiro, era o bipartidarismo
juntamente com a ARENA. Tive a oportunidade de participar de diferentes campanhas
de lutas e afinal, com muito esforço, tendo sido Suplente, eu terminei me
elegendo, Vereador-Presidente Juarez Pinheiro, Vereador pelo MDB. Quando vem a
redemocratização do País, eu alinhado com o trabalhismo da história,
trabalhismo criado por Vargas, doutrinado por Alberto Pasquallini e comunicado
por Rui Ramos. Porque o PTB teve dois grandes ídolos, o Alberto Pasquallini, o
Pensador, o grande sociólogo do Trabalhismo, e Rui Ramos o grande Orador, o
grande tribuno do Trabalhismo. Alberto Pasquallini escrevia e pensava e Rui
falava. Bem, vem a redemocratização, eu tinha ido ao Uruguai, numa visita ao
Dr. Leonel Brizola, num momento extremamente difícil, juntamente com o
ex-Prefeito de Viamão, ex-Deputado, Deputado depois, Tapyr Rocha, e lá tivemos
a oportunidade de conversar com o Governador, de trocar experiências, e lembro
de que, quando chegávamos lá, já havia um processo brasileiro para expulsar
Brizola do Uruguai. Lembro ainda o que ele disse: “Vocês aqui, neste momento de
imensa dificuldade!” E nós: “Estamos aqui!” Nós fomos no aniversário da finada
Neuza Goulart Brizola. Lembro-me de que, no seu apartamento, em Pocitos,
estávamos em poucos, porque, naquele ano, havia uma crise e as autoridades
brasileiras exigiam a saída do Governador Brizola do Uruguai. É bom que se fale
na história, nós queríamos reagir, esses eram os nossos sentimentos.
Reunimo-nos lá, conversamos e, depois, voltamos ao Brasil. Em 1979, o
Governador retornou, houve o encontro de Lisboa, o Ver. Isaac Ainhorn e outros
líderes compareceram, infelizmente, eu não pude comparecer. O companheiro
Brizola veio para o Brasil, chegando em São Borja. Eu, então Vereador do MDB,
junto com toda a Bancada do MDB, partimos para São Borja para receber o Dr.
Leonel Brizola com dois ônibus que partiram da Câmara, onde fomos recebidos
pelo Dr. Brizola. A partir daí, a história começou a andar e nós começamos a
caminhar.
Precisaríamos
de muito tempo para falar de toda essa trajetória que fiz, eu não me arrependo
de acompanhar essa grande liderança. Quero declarar publicamente, sem nenhuma
mágoa, que, se há uma pessoa com quem não vou brigar, inclusive deu-me umas
estucadas, eu tenho argumentos, dados, se há alguém que eu não brigo, por todos
os títulos, é exatamente o Dr. Leonel de Moura Brizola, que, para mim, é um
grande líder, é um homem da história. Não vou brigar, absolutamente! Embora até
espaço tenham-se oferecido, não vou brigar!
Então,
Sr. Presidente, eu tinha que tomar uma decisão. Examinei os convites, reuni o
material que dispunha para uma decisão, e escolhi, por livre e espontânea
vontade, o Partido Trabalhista Brasileiro, fundado por Vargas! Eu tenho dito
que a minha intimidade é com a sigla. O PTB teve e tem os seus problemas, mas
entendo que o PTB é o caminho mais curto para o PDT. Talvez até por essa carga
histórica.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Partido Trabalhista Brasileiro não é governo,
não tem absolutamente nada, e lá, no PDT - eu tenho dito para as pessoas - eu
tinha uma certa hierarquiazinha, não pela competência, mas pelo meu tempo no
PDT; eu até tinha uma posição razoável lá no PDT, mas por militância, por
dedicação. Saio para um Partido, o PTB, que não tem nada a oferecer, meu caro
Líder Ver. Luiz Braz, senão a possibilidade de se trabalhar para a causa
trabalhista. É isso que tem a oferecer o PTB.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha decisão de ter-me definido pelo PTB.
foi porque, em face de toda uma conjuntura, é o exílio dos pedetistas que
teimam em defender a causa trabalhista.
Quero
agradecer, portanto, à Liderança que manifestou a sua saudação, Ver. Luiz Braz,
e dizer que me sinto honrado; quero agradecer ao Presidente do Partido
Trabalhista Brasileiro aqui no Rio Grande do Sul Dep. Sérgio Zambiasi pela
manifestação que recebi ao assinar a ficha, ao me filiar; enfim, agradecer essa
receptividade e dizer que sou um soldado do Partido e quero dar a minha
contribuição.
Ouvi
dois discursos lá, de que gostei: nós vamos resgatar a história ideológica do
trabalhismo.
Eu
não conheço a história do PTB. Eu conheço, aqui, um Partido de pessoas
humildes, de pessoas simples, com líderes, com uma Bancada combativa aqui na
Casa, mas eu não conheço a situação do PTB nacional. Agora, vamos entrar numa
luta para resgatar aquela bela história da história que fez a história do povo
brasileiro: o PTB. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tive a
oportunidade de manifestar-me acerca desse tema por ocasião da primeira
manifestação do ilustre e eminente Ver. Elói Guimarães, no dia em que o
Vereador comunicava a sua intenção de se desligar do PDT e tornar-se
independente. Naquele momento, emocionado, assomei a esta tribuna, fazendo um
apelo derradeiro a esse Vereador para que refletisse e reavaliasse a sua
posição de saída do PDT. Fazia isso em nome da sua biografia, em nome da sua
trajetória e em nome do seu passado, que tão bem conheço. Se há biografia que
posso respeitar e admirar é a biografia política do Ver. Elói Guimarães, até
então, conquanto sempre foi um homem de posições firmes, de posições muito
vigorosas e coerentes no campo ideológico.
Não
estou aqui para me enquadrar na “Raposa e as Uvas”, Vereador, a célebre fábula
de Esopo. Não estou aqui para dizer, depois, que não posso alcançar as uvas, só
porque elas estão verdes. Não, Vereador. Quero dizer, na condição de Líder da
Bancada Trabalhista nesta Casa, que lamentamos a perda qualitativa de V. Exa., e
não a redução de quatro para três Vereadores. Nós teremos oportunidade de
mostrar a nossa garra, a nossa pujança e a nossa crença firme na correção das
posições programáticas do trabalhismo brasileiro por ocasião das eleições
municipais de 2000.
Quero,
também, enfatizar que tenho enorme respeito pelos parlamentares sulistas do Rio
Grande do Sul que compõem a Bancada do PTB, pelos Vereadores da Bancada desta
Casa, que têm um perfil popular, um perfil de identificação com as comunidades
da periferia da Cidade. Poderia relacionar o trabalho comunitário de um a um
desses Vereadores, porque os conheço. Poderia referir a Bancada Trabalhista na
Assembléia, sob a Liderança do combativo Deputado Sérgio Zambiasi.. Mas as
contradições não se colocam aí, Vereador. Até aí, tudo bem, porque acredito que
a aproximação futura entre os trabalhismos poderá vir a ocorrer no momento em
que a Bancada do PTB do Rio Grande do Sul assumir a Direção Nacional do PTB.
Talvez seja uma luta para V. Exa., Vereador. Mas eu acho que V. Exa.
retrocedeu. Eu não quero entrar na natureza subjetiva. Faço uma discussão
porque tenho respeito ao companheiro, depois da sua decisão. A sua opção é por
um Partido que está a reboque das correntes mais conservadoras e atrasadas,
neste momento, da história brasileira. E fala um Vereador que tem divergências
com setores hegemônicos do Partido dos Trabalhadores. Nós temos a consciência
de que o PT, que é uma vertente do movimento popular, é uma confederação de
partidos de esquerda.
Eu
quero dizer que a estratégia eleita por V. Exa., infelizmente, no modo de
pensar deste Líder de sua Bancada, não é a mais adequada. Nós temos condições
de lutar dentro do nosso Partido e mudar a trajetória equivocada. E, hoje, não
é só o Ver. Isaac Ainhorn, o Ver. João Luís Vargas, o ex-Governador Alceu
Collares, são centenas de companheiros que pedem que o PDT saia do Governo
Estadual, do Governador Olívio Dutra. Que vá integrar o bloco de apoio às
questões positivas de respaldo ao Governo Olívio Dutra na Assembléia Legislativa,
mas não integrar o Governo, de forma marginalizada, como está o PDT, hoje. Por
isso que a consciência crítica e reflexiva está aumentando no PDT e, quem sabe,
V. Exa. ainda retorne ao seu ninho antigo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Luiz Braz, para
uma Comunicação de Líder pelo PTB.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Juarez Pinheiro, no exercício da
Presidência; Ver. Adeli Sell, 1º Secretário; Srs. Vereadores; Sras. Vereadores;
Senhoras e Senhores.
Ouvi
o Líder da Bancada do PDT, pelo qual nutro muito carinho, respeito e
consideração, só que esta consideração que tenho pelo Ver. Isaac Ainhorn não é
a consideração que ele tem para com o Partido Trabalhista Brasileiro, que tem
demonstrado, Ver. Elói Guimarães, através dos seus atos, das suas atitudes,
tanto locais quanto nacionais, que é um Partido disposto sempre a mudar, é um
Partido disposto a curar suas feridas, corrigir seus defeitos e enfrentar os
problemas internos para se fortalecer, a fim de poder ser o grande Partido, a
grande solução para este País. O Ver. Isaac Ainhorn parece que não está
acompanhando essas mudanças. O Ver. Isaac Ainhorn nem ao menos sabe que o
Presidente Nacional do nosso Partido, Deputado Martinez, é um dos homens que
muito luta para que nós, trabalhistas, possamos estar unidos numa mesma sigla,
que hoje os trabalhistas, em nível nacional, estão conversando para que esta
possibilidade possa-se transformar numa grande realidade e numa grande solução
para este País.
Quando
V. Exa., Ver. Isaac Ainhorn, fala que o nosso Partido está a reboque de outras
forças em nível nacional, V. Exa. perde a autenticidade quando vemos o que está
ocorrendo aqui no Rio Grande do Sul, aqui em Porto Alegre, quando o Partido de
V. Exa. continua a reboque de um Partido marxista-leninista, quando o Partido
de V. Exa. trai o trabalhismo, quando o Partido de V. Exa. faz com que homens
honrados, como é o caso do Ver. Elói Guimarães, deixem o Partido de V. Exa.
para continuar a sua trajetória trabalhista, porque não estava contente com
aquilo que ocorria dentro do PDT. Eu tenho certeza absoluta, Vereador, sabendo
das sua convicções, do seu passado trabalhista, de que V. Exa., apesar de
desconhecer as mudanças que existem atualmente dentro do PTB Nacional, não está
contente com o Partido que integra neste exato instante! Até porque, Vereador,
as suas atitudes, os seus atos, os seus discursos, as suas palavras, todas elas
têm demonstrado que V. Exa. está insatisfeito. Então, Ver. Isaac Ainhorn, todos
nós, trabalhistas, temos que pregar para estarmos unidos dentro de uma mesma
sigla. Eu adorei a atitude do Ver. Elói Guimarães, porque foi um homem que
demonstrou muita coragem! Enfrentou todo o seu Partido - e V. Exa. sabe que o
seu Partido tem um dono em nível Nacional - para continuar dizendo: “Eu quero
continuar sendo trabalhista”.
Eu
gostaria muito, Ver. Isaac Ainhorn, até pelo carinho que tenho por V. Exa., que
V. Exa. tivesse a mesma coragem do Ver. Elói Guimarães e que nós pudéssemos,
realmente, formar um grande Partido em nível Nacional. Nós, Ver. Isaac Ainhorn,
temos que oferecer para esta Nação, temos que oferecer para este Estado, temos
que oferecer para esta Cidade grandes alternativas para que possamos viver em
um outro tipo de sociedade, mais igualitária, com maiores oportunidades, para
não trairmos a democracia, para não deixarmos a democracia ser atacada, para
não permitirmos que regimes que já foram banidos de outras regiões da Terra
possam tentar, novamente, infelicitar, a população desta região. Eu acho que
esse é o trabalho de todos nós, trabalhistas! Entendo que essa é a nossa
missão, tanto daqueles trabalhistas que se abrigam, hoje, na sigla do PDT, como
nossa que somos do Partido Trabalhista Brasileiro e que convidamos todos os
Senhores para que estejamos sob uma mesma sigla para que a nossa missão seja
apenas essa de transformar essa sociedade numa sociedade bem melhor. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Vereador Paulo Brum está com a palavra,
em Comunicações
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
inicialmente queremos saudar o Ver. Elói Guimarães, que muito nos honra, agora
como novo integrante da Bancada do nosso PTB. Seja bem-vindo, Vereador! Com
certeza, juntos, construiremos grandes coisas nesta nossa Cidade.
Sr.
Presidente, eu quero dar ciência aos Srs. Vereadores e a esta Casa das
tratativas, das definições que ocorreram após aquela Tribuna Popular em que
mais de quinhentas mães de pessoas portadoras de deficiência estiveram reunidas
neste Plenário, pedindo socorro a esta Casa para que interferisse junto ao
Poder Executivo quanto ao passe gratuito nos ônibus para os acompanhantes de
pessoas portadoras de deficiência.
Queremos
dizer, desta tribuna, que nas muitas vezes em que aqui assomamos sempre
clamamos, num primeiro momento, pela sensibilização dos poderes constituídos
para garantir uma melhor qualidade de vida às pessoas portadoras de
deficiência. Portanto, Sr. Presidente, quero destacar e salientar a
sensibilidade do Sr. Secretário Municipal de Transportes, o caro amigo Mauri
Cruz que, desde o primeiro momento, não mediu esforços para que buscássemos uma
solução para esse grave problema que havia e que está afligindo centenas de
mães de pessoas portadoras de deficiência que precisam do passe, do transporte,
para buscar os meios que possibilitem a sua plena integração à vida social.
Queremos
salientar que, através da interferência desta Casa, da nossa Comissão de
Transportes, Habitação e Urbanização, conseguimos trazer para dentro deste Poder
Legislativo essa questão.
E
sensibilizamos, sim, o Poder Executivo. Já está havendo nas entidades
representativas um novo cadastro para os acompanhantes e tentativa de
viabilizar os vales-transportes necessários para que essas mães possibilitem
que seus filhos tenham um pleno atendimento, tanto em nível escolar quanto em
nível de saúde, buscando a sua plena integração social.
Já
está havendo o cadastramento, e nós já temos a informação de que, a partir do
dia 1º de outubro, todos aqueles acompanhantes que necessitarem do
vale-transporte para buscar e levar os seus filhos passarão a ter uma
quantidade definida para que esse tratamento possa ser regularizado.
Por
isso, eu quero, mais uma vez, destacar a importância deste Poder Legislativo
quando busca interferir para que, de fato, de direito, as pessoas, a comunidade
que nós representamos, tenham os seus direitos garantidos.
Sr.
Presidente, é esse o pronunciamento que fazemos para agradecer aos Srs.
Vereadores e a esta Casa Legislativa, que foi sensível aos apelos de mais de
quinhentas mães de deficientes que precisavam do nosso apoio. Também quero
deixar registrada, aqui, a nossa saudação ao Secretário dos Transportes, Sr.
Mauri Cruz, que foi sensível aos apelos dessa parcela da população. Teremos,
então, a partir de outubro, regularizado esse atendimento no Município de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Ver. José Valdir está com a palavra, em
Comunicações.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o
capitalismo, na sua versão mais selvagem, ou na sua versão neoliberal, como se
queira, neste final de milênio, tem propagado duas lendas, lendas que,
evidentemente, o capitalismo propaga não pela forma tradicional, como as lendas
de antigamente se propagavam - pela linguagem oral -, mas pela linguagem
tecnológica de toda a parafernália da mídia.
Uma
das lendas é a de que, neste final de milênio, os direitos sociais conquistados
pelos trabalhadores nas lutas sindicais - que ocorreram, inicialmente, na
Europa, no século passado, e depois no restante do mundo -, que essas
conquistas sociais são impagáveis, e que, por isso, se tem que desregulamentar
o trabalho e cassar esses direitos que os trabalhadores conquistaram.
A
outra lenda é de que a única possibilidade de desenvolvimento econômico é pela
tecnologia de ponta, da automobilística, da tecnologia altamente sofisticada e
poupadora de mão-de-obra. .
A
primeira lenda é facilmente contestada; basta que se analise o conteúdo de
classe que está por trás desse capitalismo na sua versão neoliberal. É óbvio
que, se nós pensarmos que a taxa de lucro tem que continuar crescendo cada vez
mais e que os benefícios da tecnologia não podem ser incorporados pela ampla
massa da sociedade, pelo conjunto da sociedade, é óbvio que vai chegar um
momento em que vamos ter, cada vez mais, um exército de reserva de
desempregados aumentando, uns poucos trabalhando e a jornada de trabalho
continuando a mesma no mundo. É triste a gente pensar que a jornada de
trabalho, que passou do início da Revolução Industrial de 15 ou 16 horas por
dia para uma jornada diária de 8 horas no finalzinho do século passado,
continuou durante todo o Século XX, que está terminando, em 8 horas, e a
humanidade acrescentou tecnologia, descobriu como fazer, como produzir mais
rápido e em maior quantidade as mercadorias, os produtos, como abreviar o
esforço humano. E nem uma gota desse desenvolvimento foi distribuído para o
conjunto da sociedade na forma de redução da jornada de trabalho, que é a única
saída para a tecnologia. Ou abdicamos da tecnologia, ou fazemos uma redução da
jornada de trabalho ou continuamos com esse modelo insensato de que, cada vez
que se descobrem novas tecnologias, cada vez um número menor trabalha mais ou a
mesma quantidade de horas e cada vez um número maior fica desempregado.
A
outra lenda é essa de que a automobilística, a indústria de ponta, é a única
forma ou a forma superior de propiciar desenvolvimento, de propiciar emprego.
Os dados estão mostrando exatamente o contrário.
Uma
pesquisa - já referi num outro pronunciamento que fiz, volto ao tema - do BNDES
feita recentemente, publicada na Gazeta Mercantil no dia 30 de agosto, mostra
que enquanto a indústria automobilística de carros, caminhões e ônibus gera,
para cada um milhão de reais, dois empregos diretos e 16 empregos indiretos, a
agropecuária para o mesmo um milhão de reais investidos, gera 89 empregos
diretos e 24 indiretos, num total de 202 empregos contra os oitenta e cinco.
Por isso que a indústria automobilística hoje está em crise no mundo inteiro e
está sobrevivendo desse absurdo que é a guerra fiscal. E os países
subdesenvolvidos não estão se dando conta que têm de parar com a guerra fiscal
e buscar outras alternativas de desenvolvimento, se quiserem, realmente,
propiciar empregos e ter um desenvolvimento integral nos seus países.
A
indústria automobilística está em crise no mundo inteiro e está reduzindo o seu
pessoal. A própria ANFAVEA publicou um dado de que em 1995, a média de emprego
direto no setor automobilístico era cento e vinte um mil postos, passou para
noventa e três vírgula quatro postos.
Penso
que está aí mais uma lenda que precisamos desmistificar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador. )
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Com a palavra o Ver. Renato Guimarães, em
Comunicações.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
destaco, no debate do dia de hoje, o que é manchete nos jornais do País: a
rejeição ao Presidente da República. Sessenta e cinco por cento do povo brasileiro,
em pesquisa recente, rejeita, acha negativa, ruim e péssima a administração do
Presidente Fernando Henrique Cardoso. Aproveito a oportunidade para perguntar
ao PTB, Partido que recentemente anunciou que estava deixando o Governo, se
além de deixar o Governo, deixou o conjunto dos cargos que ocupa no Governo?
Porque fazer oposição a essa política que está afundando o País não pode ser
uma oposição só de tribuna, tem que ser na prática. Estar no Governo e dizer
que não está e fazer crítica, na realidade, não colabora com a superação da
crise.
Eu
destaco neste debate uma matéria que saiu no Jornal Zero Hora, na Folha de São
Paulo, que é uma matéria que nos chama à reflexão: “Presidente rejeitado é
coisa perigosa.” Ver. Pedro Américo Leal, preste a atenção. E diga-se de
passagem, só oito por cento da população brasileira acha o Governo de Fernando
Henrique Cardoso bom, mas 92% questiona o seu Governo. Isso é importante porque
a matéria nos faz chegar a algumas conclusões. Sessenta e cinco por cento de
rejeição significa que o povo está colocando o Presidente Fernando Henrique
contra a parede. E aí o Presidente diz que a culpa é do Congresso, pois não
aprovou o que ele queria. Mas o Congresso não aprovou a reeleição do Presidente
Fernando Henrique? Aprovou, e nós todos sabemos como. Aprovou com compra de
votos, aprovou com um conjunto de maracutaias.
É
interessante essa questão: O Presidente afirma que o País não agüenta mais essa
morosidade. Mas que morosidade? Nós tivemos o que se pode dizer que foi a total
destruição dos principais ganhos dos trabalhadores na Constituição Brasileira.
Podemos dizer que as principais perdas para os trabalhadores na Constituição
Brasileira foram nesse período. Um dia depois que o Presidente faz essas
afirmativas contra o Congresso, numa outra matéria, ele diz: “Teremos humildade
quando necessário.” Neste momento, ele está tendo a humildade de se ajoelhar e
pedir desculpas para o ACM, que todos conhecemos, Antônio Carlos Magalhães, que
é um dos responsáveis históricos pelo buraco em que este País está, e que hoje
vem propor discussão sobre o combate à miséria. E mais equívoco ainda é que
algumas pessoas da esquerda podem convidá-lo a fazer parte de seminários para
debater a questão da miséria brasileira. Antônio Carlos Magalhães é um dos
responsáveis pelo buraco em que o Brasil se encontra. Aí o Presidente da
República diz que errou e pede desculpas, porque diz que avançou demais nas
críticas contra o Congresso. Ele não avançou, ele errou em relação às críticas,
porque o Congresso fez tudo o que ele quis: aprovou a reeleição, aprovou um
conjunto de mudanças na Constituição Brasileira que prejudicou o povo
brasileiro, que prejudicou os trabalhadores. E hoje o povo brasileiro dá a
resposta e diz que não aceita mais o Governo de Fernando Henrique, não aceita
mais essa política que leva o País à miséria absoluta.
É
importante que esta Casa destaque com importância esse debate sobre para onde
estamos indo, porque este País está afundando num caos econômico, onde não se
discute mais a nossa moeda, o Real; está tudo dolarizado. E não se vê o PTB, o
PSDB, que colocavam nas suas manchetes de campanha que o Real era o salvador,
falarem do Real, e hoje nem comentam o preço que está o dólar. Há a necessidade
desta Casa Legislativa fazer esse debate, de qual é, de fato, o perigo real que
a nossa Nação corre tendo um Presidente rejeitado pela ampla maioria do povo
brasileiro. O Sr. Presidente não vai nem mais ao seu gabinete despachar, na sua
crise de rejeição, e nós brasileiros precisamos dar um rumo, porque temos
alternativa. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, qual é
a técnica de Plenário? Qual é a beleza do Plenário? Na verdade, o Plenário tem
muitas belezas, porque para saber transitar aqui é preciso muita inteligência e
muita prática. Mas dentre todas elas, é o aparte que faz um Plenário. Quando um
Vereador se levanta de sua Bancada para solicitar a um Colega que deseja
aparteá-lo, enriquecendo o seu discurso, é preciso que o Vereador que está na
tribuna seja bastante receptivo e note que essa trajetória desse seu Colega
merece uma reverência. Mas na Câmara de Vereadores, os Vereadores não têm a
habilidade que tem a Assembléia Legislativa.
Andei
por dezesseis anos na Assembléia, e é importante ver o cuidado que tem o
Deputado que está usando da palavra em receber o aparte e responder a ele,
porque é do aparte que vive um Plenário, do aparte regimental e do aparte
não-regimental, claro que educado. Aqui, eu vejo um verdadeiro deserto, os
Vereadores não dão apartes. O Vereador que me antecedeu na tribuna me viu sair,
não gostaria de dizer o seu nome para não ficar registrado - V. Exa. está tentando
me acudir e eu rejeito com muita habilidade -, ele viu eu sair da tribuna e vir
ao microfone dos apartes, em deferência a Sua Excelência, para responder ou
não; ele não sabe, ele não me concedeu o aparte.
Até
quando os Senhores e as Senhoras vão permanecer nessa atitude patética de não
conceder apartes? É de apartes que vive um Plenário! É de apartes que vive um
Plenário e não de discursos completamente vazios, que se perpetuam no tempo
estabelecido e que nada dizem, nada constróem e em nada inflamam o Plenário.
Repito: é preciso ter muito cuidado para a consideração que se deve ter para
com os Colegas. Quer um aparte? Dou o aparte, mas é preciso saber conduzir esse
aparte.
Voltando
ao tema, o Presidente da República, na verdade, com 65% de rejeição, não
conseguiu que eu viesse à tribuna, porque cinco anos levei eu, aqui, condenando
e apontando esse homem que fragmentou a Constituição, que tornou a Constituição
completamente multifacetária, desbragalhou, que dilacerou a nossa Constituição
com emendas das mais diversas, esse homem fez um terrível mal ao País
inventando uma reeleição, que fez com que o Brasil parasse por um ano. Como é
que ele vai responder, futuramente, pelo fato de o Brasil parar por um ano,
quando não fizemos nada, só cuidamos da sua vaidade, da sua petulância e do seu
mórbido desejo de ser Presidente outra vez? Infelizmente, esta segunda
administração não está sendo brilhante como foi, pretensiosamente, a sua
primeira passagem pelo Governo do Brasil.
Ver.
Renato Guimarães, agora digo o nome, de que adianta nós apontarmos os erros
desse Presidente que ainda tem quatro anos de administração, e que, dentro do
Estado Democrático, não pode ser tirado, nem removido. Nós temos de aguentá-lo
por quatro anos. Eu não falo mais nada. Ele conseguiu fazer um monstro que foi
o Ministério da Defesa, chamou a atenção para o Ministério da Produção e criou
o Ministério da Defesa. Quem fala hoje em Ministério da Produção? V. Exas.
podem me informar o que aconteceu com o Ministério da Produção? Foi cogitado
pelo PFL e PMDB e desapareceu. Se sumiu, ninguém sabe, ninguém viu, e criou o
Ministério da Defesa, mas na verdade não o criou, porque colocou um Ministro,
antes mesmo de o Ministério existir. É esse o homem que V. Exa. veio aqui
criticar. Do que adianta? Ele não vai sair, vai ficar quatro anos. O que vai
acontecer com o Brasil e conosco? O que vai acontecer com o nosso País que tem
uma dívida equivalente a um PIB? Respondam. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Esclarecimento): O Sr. Prefeito Municipal foi convidado
para vir a esta Casa. No gabinete da Presidência, ele esteve com os integrantes
da Mesa e as Lideranças. Requeiro aos integrantes da Mesa e às Lideranças que
nos informem a respeito desse encontro que houve, para que os 33 Vereadores
tenham conhecimento. Porque, do contrário, eu vou saber das coisas da Câmara
pela coluna do Barrionuevo ou do Burd. Então, eu preciso, da Mesa ou das
Lideranças, um esclarecimento para conhecer a transação que foi feita, entre a
Prefeitura e a ATP, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Elói Guimarães, com certeza a
Presidência deve ter algum documento referente a este encontro que teve o Sr.
Prefeito com a Mesa Diretora e com as Lideranças desta Casa. Levaremos a sua
solicitação à Presidência da Casa.
A
Vera. Maristela Maffei está com a palavra, no período de Comunicações.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, em exercício, Ver. Paulo
Brum, Sr. 1º Secretário Ver. Adeli Sell, Srs. Vereadores,
Senhoras e Senhores.
É
bem verdade que a história nos reservou, talvez, o período mais sombrio, onde a
barbárie se esconde sob a forma do novo, do moderno, do progresso e das grandes
oportunidades. Estamos vivendo um período em que é preciso reafirmar valores e
acordar uma humanidade que parece adormecida sob o transe do pensamento único.
Não raras vezes subestimamos e até secundarizamos esses fatores subjetivos,
pelo imediatismo da disputa política, esquecendo a enorme carga psicológica e
cultural que sustenta na sociedade os pressupostos da “nova ordem”. Assistimos
um momento de exacerbação do “Eu” e do “Meu”. Desde as relações da
macropolítica - País contra País, Estado contra Estado, Cidade contra Cidade -
até a ponta das relações sociais - família, escola, trabalho - instalou-se uma
corrida pelo “vencer na vida” de forma individualizada, no vale-tudo de todos
contra todos. Por isso, Senhoras e Senhores, nós, do Partido dos Trabalhadores,
sabíamos que não seria fácil essa nova etapa em que estamos assumindo, não
estamos mais apenas administrando a Capital do Estado e alguns Municípios.
Hoje, temos o grande desafio de administrar o Estado do Rio Grande do Sul!
Sabíamos que as lutas não se dão apenas no campo político e econômico, que elas
acontecem em todas as classes da sociedade.
Nós,
do PT, queremos uma nova forma de relações sociais, uma nova ética e uma nova
cultura; relações baseadas na fraternidade, na cidadania, na participação, no
respeito às diferenças e minorias, na democracia direta, na cooperação mútua
entre os povos. Não podemos esquecer que o que nos une, o que nos caracteriza é
a capacidade que temos de nos indignar com as injustiças em qualquer parte do
mundo. Não apenas porque administramos Porto Alegre podemos fechar os olhos ao
que acontece no nosso País, ou mesmo em nível internacional. Não podemos nos
conformar com as tragédias humanas, com a fome, com a miséria, com a exploração
e com as guerras. O que nos instrui na leitura da realidade é a rica tradição
teórica da esquerda democrática libertária. O que nos move é essa nossa vontade
incontrolável, esse espírito revolucionário de fazer justiça sobre todas as
coisas do mundo. Esse é o imenso desafio. Perseguimos, talvez, uma utopia, mas
os nossos olhos estão no futuro, e a nossa luta, em cada dia. Por isso, eu
gostaria de dizer que, hoje, é um dia muito importante para nós do PT e das
forças democráticas.
Daqui
a pouco, estaremos entregando, juntamente com o Governador dos gaúchos, junto
com os Conselheiros do Orçamento Participativo, a peça orçamentária para o
próximo ano, representando o anseio de mais de duzentas mil pessoas, de todos
os recantos deste Estado. É com muito orgulho que vamos entregar o Orçamento
para esta outra parcela democrática, importante, de nosso Estado, que é a
Assembléia Legislativa.
Gostaria
de dizer que não dá para fechar os olhos para a história. Não dá para vir para
cá com discurso como se não compreendêssemos a história de quem sempre esteve
comprometido no poder deste País. Que alternativa é essa, do novo, com as
mesmas pessoas e partidos que sempre deram sustentação ao poder? Vamos colocar
o dedo na consciência e não trocar a realidade da história, e não trocar a
história por aqueles que se servem deste País e fazem, com o povo, viva a
barbárie, a miséria. Dentro do meu coração fica a inquietude de uma falsa
política, de pessoas que se fazem passar por propositores do novo. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, no
período de Comunicações.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. vereadores, hoje eu
volto a falar em degradação. Degradação da Administração da Prefeitura.
Tenho
lido, algumas vezes, comentários de Sérgio da Costa Franco para que os Anais da
Câmara registrem, para todo o sempre, os seus escritos. Hoje, para falar em
degradação da Prefeitura, vou ler um escrito assinado por mim e publicado no
Jornal do Comércio de hoje. (Lê.) “Obrigação de cumprir as leis. Lei deve ser
clara, precisa, concisa e respeitada. O legislador, por sua vez, tem o poder de
ver, de fiscalizar o seu cumprimento.
Em
1830, o Governador da Província de São Pedro, do Rio Grande, Caetano Maria
Gomes Lopes, fazia uma afirmação que, certamente, vale para os dias de hoje.
Chega de leis. As que temos são suficientes, basta que sejam cumpridas. Leis
devem ser frutos da razão, da experiência e da luz. Infelizmente, continuamos
fazendo leis sem a preocupação de que sejam respeitadas.
O
artigo 19, da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre é bastante claro.
Investidura em cargo público, somente por concurso. No entanto, a Administração
da Prefeitura, apesar de várias vezes advertida pelo Tribunal de Contas do
Estado, quanto à ilegalidade praticada, vem contratando médicos, enfermeiros,
auxiliares de enfermagem e até juízes de futebol, entre outros, ao longo dos últimos
onze anos. Isso acontece, no meu entendimento, de forma desonesta, porque
pretensamente amparada nas Leis 8666, de 93, que é federal, e a Lei 77/70, de
96, que é municipal, que em caso de emergência ou calamidade pública autorizam
admissão por carta-contrato, em prazo de cento e oitenta dias, pela primeira
lei, e de cento e vinte dias na segunda, proibida a prorrogação. Tenho em mãos
documento comprovando que o mesmo médico firmou seis cartas-contrato, mas pior
ainda, uma das cartas-contrato cujo prazo inspirava em 31.05 foi estranhamente
renovada em 05.05. No meu dicionário isto é desonestidade.
No
decorrer do mês de agosto passado, o Executivo Municipal encaminhou ao
Legislativo Projeto de Lei com a finalidade de ser autorizada a criação de
oitocentos e onze cargos na área da Saúde. A Câmara Municipal, por todos os
seus integrantes, entendendo a urgência que caracterizava a matéria, agiu
diligentemente e aprovou rapidamente o Projeto. Depreendia-se que com a criação
de novos cargos, em quantidade bastante expressiva, não mais ocorreriam novas
cartas-contrato. Ilusão, pois o Diário Oficial de Porto Alegre, quase que
diariamente, publica novos instrumentos. Resta a sensação de que inobstante
todo o interesse demonstrado pelos Vereadores em colaborar, fomos enganados.
Cabe-nos, agora, redobrar nossas ações de fiscalização, promovendo denúncia
sempre que acontecer o desrespeito à lei.
Eu
já fui ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas e entendo que a vergonha
do administrador é mais importante do que a própria lei, e se o administrador
não tem vergonha, não adianta a lei.
No
Diário Oficial do dia 1º de setembro consta a contratação de auxiliar de
enfermagem pela Prefeitura. Esta Casa reuniu-se várias vezes com o Secretário
da Saúde, com a Direção da Secretaria da Saúde, porque os concursados, como
auxiliares de enfermagem, estavam sobrando. O Secretário da Saúde dizia que não
havia vagas. Nós criamos as vagas, portanto, eu posso fazer leis. O legislador
pode fazer leis, eu não faço, prefiro não fazer, prefiro fiscalizar as leis.
Agora, não posso atribuir vergonha na cara de quem não tem. Eu jurei cumprir a
Lei Orgânica, como também juraram o Sr. Prefeito e o Secretário Municipal da
Saúde, e não cumprem, é falta de vergonha e vergonha não se transmite por lei.
Se pudesse, eu faria uma lei: Todos participantes da Administração da
Prefeitura terão vergonha na cara. Revogam-se as disposições em contrário. Eu
não posso fazer essa lei porque ela também não seria cumprida.”
Então,
fica apenas o registro de que continuam desrespeitando a Lei Orgânica e,
conseqüentemente, desrespeitando esta Casa. A consideração não é igual a que
nós tivemos; quando o Secretário da Saúde disse que precisava dos cargos, nós
lhe demos, agora, faltou vergonha, dignidade, honra, para cumprir aquele
juramento feito nesta tribuna, no dia 1º de janeiro de 1997, pelo Sr. Prefeito
e pelos Secretários das diferentes Secretarias. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
1ª SESSÃO
PROC.
2708/99 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/99, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que
altera a redação do § 2º do art. 164 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre.
PROC.
2780/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/99, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
institui o Dia Municipal de Combate à Fome e à Miséria no Município de Porto
Alegre.
PROC.
2788/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/99, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
estende ao sistema de transporte público de passageiros por lotações os
benefícios de gratuidade previstos nas Leis Municipais nºs 4454, de 19 de
setembro de 1978; 5624, de 18 de setembro de 1985; 6442, de 11 de setembro de
1989; 7631, de 04 de julho de 1995; e 7820, de 19 de julho de 1996, e dá outras
providências.
2ª SESSÃO
PROC.
1649/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 134/92, de autoria do Ver. Artur Zanella, que
autoriza o Executivo Municipal a construir um monumento em homenagem ao
Pracinha Carlos A. Ilha de Macedo, integrante do Batalhão de Suez e morto em
combate.
3ª SESSÃO
PROC.
1375/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/99, de autoria da Mesa Diretora, que concede o título honorífico
de Cidadão Integração de Porto Alegre ao professor Yukio Moriguchi. (o Projeto
também está subscrito pelo Ver. Antonio Hohlfeldt)
PROC.
2626/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 129/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que
dispõe sobre a proibição de implantação de caixas postais comunitárias no
âmbito do Município de Porto Alegre.
PROC.
2736/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 136/99, de autoria da Verª Maristela Maffei, que
denomina Largo 8 de Março o canteiro central da Av. Otávio Rocha, no trecho
compreendido entre as Ruas Dr. Flores e Marechal Floriano Peixoto.
PROC.
2739/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
denomina Rua Edvino Dewes um logradouro público localizado no Bairro
Teresópolis.
PROC.
2742/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
determina ao Executivo Municipal implantar placas com a íntegra da
Carta-Testamento de Getúlio Vargas em todos os locais públicos onde haja alguma
referência ao ex-Presidente.
PROC.
2743/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
institui o Dia do Taxista no Município de Porto Alegre.
PROC.
2795/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 026/99, que declara de utilidade pública a
Associação Comunitária Barro Vermelho.
4ª SESSÃO
PROC.
2690/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/99, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que dá nova redação ao
parágrafo único do art. 142 da Res. 1178, de 16 de julho de 1992, e alterações
posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre).
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu vou
continuar discutindo sobre saúde. Hoje eu posso registrar um momento de
satisfação nesta Casa, porque durante anos eu disse, eu repeti, que lei tem de
ser cumprida e que nós temos o poder-dever de fiscalizar. E nós não
fiscalizamos muito, não. Nós tivemos uma consulta na Comissão de Justiça que,
por unanimidade, declarou que os 13% que a Prefeitura deveria investir na Saúde
eram sobre o orçamento global da Prefeitura. É o que está escrito na Lei
Orgânica e eu nunca tive dúvidas sobre isso. Esse parecer da Comissão de
Justiça foi sancionado com dois votos do PT, dos Vereadores José Valdir e João
Motta, mas nunca foi respeitado.
O
Ver. Juarez Pinheiro me diz que está recorrendo do Parecer da Comissão de
Justiça. Agora, Ver. Juarez Pinheiro, V. Exa., atento e diligente, como sempre,
já não terá mais necessidade, porque o Líder da Bancada de V. Exa. acaba de me
dizer que eu tinha razão. Ele está propondo a mudança na Lei Orgânica - eu não
me incomodo que ela mude, eu só quero que ela seja respeitada -, sugerindo que
os 13% sejam aqueles que hoje a Prefeitura utiliza, que são os 13% dos recursos
da Administração Centralizada, exceto os recursos provenientes do SUS.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, independente do mérito - nós temos uma
interpretação, V. Exa. tem outra -, com esta redação proposta, acho que fica
claro e continuaremos investindo um valor significativo na Saúde do nosso
Município. Muito obrigado.
O SR. JOÃO DIB: Agradeço o aparte de V. Exa., mas
continuo convicto, porque sei ler, aprendi há muito tempo a ler e leio com
clareza. A Lei Orgânica, é claro, é o Orçamento Global da Prefeitura, isso não
deixa nenhuma dúvida. O Orçamento Global não é da Prefeitura, é do Município e
não tenho nenhuma dúvida sobre o que seja o Orçamento Global do Município:
engloba todas as receitas que a Prefeitura tem.
Mas,
de qualquer forma, há uma tentativa de correção, que eu acho que a Câmara vai
aprovar, sem dúvida nenhuma, mas vai até mostrar que a Prefeitura não quer
gastar mais com a Saúde. É preferível criticar o Estado; agora não vai mais
criticar, como criticou no passado porque não aplicava em Saúde.
Mas
quero dizer, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que eu jurei cumprir a Lei
Orgânica e que eu quero ver a Lei Orgânica cumprida.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, V. Exa. está no período
de discussão dos Projetos em Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Eu estou falando em Pauta e há uma
Emenda à Lei Orgânica, Projeto do Ver. Guilherme Barbosa - os 13% para a
Administração Centralizada, e não para toda Prefeitura, como hoje ocorre, e que
nunca foi cumprido. Mas, com toda atenção que dedico à Lei Orgânica, que jurei
cumprir, e de acordo com a apreciação das contas feita pelo Tribunal de Contas,
quero que também na área da educação seja cumprido, porque até hoje o artigo da
Lei Orgânica, que diz que: “O Município nunca aplicará menos de 30% da receita
resultante do imposto nela compreendido, proveniente de transferências da União
e do Estado, na manutenção e desenvolvimento do ensino público municipal”,
nunca foi cumprido. Nunca aplicou 25%, que é o que determina a Constituição
Brasileira, mas a Lei Orgânica diz trinta.
O
próprio Tribunal de Contas tem declarado, com a assinatura do Prefeito, que
gastaram 21%, 22%, 24%, nem 25% gastaram.
Portanto,
espero não perder a minha voz, porque estou ficando até um pouco afônico, ao
pedir que a Lei Orgânica seja cumprida. Poderia continuar analisando alguns
outros Projetos que estão na Pauta no dia de hoje, mas fico por aqui, Sr.
Presidente, mostrando que lei é lei, e precisa ser cumprida, especialmente a
Lei Orgânica, até quando a Lei Orgânica diz que o Plano Diretor deve contemplar
área rural. Até nesse caso a Lei Orgânica deve ser lembrada. Saúde e paz! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras.
Peço
vênia ao ilustre Ver. Paulo Brum para tecer comentários à proposta apresentada
por S. Exa. através do Projeto de Lei nº 144, no qual o ilustre Vereador
pretende instituir o Dia Municipal de Combate à Fome e à Miséria no Município
de Porto Alegre, não propriamente
com relação à importância, à significação dessa proposta, mas em razão da
matéria sobre a qual versa o Projeto: a fome e a miséria. Conversando com
algumas pessoas amigas, companheiros, discutíamos sobre essa proposta e uma
conclusão se impunha como óbvia - acredito que aqueles que estão-nos vendo e
nos ouvindo no Canal 16, também vão concordar conosco - : fome e miséria, no
Brasil hoje, não têm dia, não têm hora, não têm mês, não têm ano, é todo o
tempo! Infelizmente, lastimavelmente! Por isso este Projeto tem como
significação essa importância, de trazer à discussão a fome e a miséria. É fato
lastimável, sob qualquer aspecto, o que ocorre, hoje, no País, provocado pelo
desemprego, essa situação pela qual passa, humilhante, indignificante,
atentatória à condição de pessoa humana, grande parte dos brasileiros, de norte
a sul, de leste a oeste, neste País. O desemprego atinge em massa o Brasil,
desde as camadas de classe média à classe pobre.
O Sr. Paulo Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Caro Ver. Cyro Martini, V. Exa. foi muito feliz na colocação dessa
nossa singela proposta. É exatamente isso que nós queremos: trazer à esta Casa,
à comunidade de Porto Alegre o debate sobre esses assuntos terríveis, que são a
fome e a miséria. Portanto, muito obrigado pela sua intervenção.
O SR. CYRO MARTINI: Eu agradeço o aparte de V. Exa. Mas,
seguindo na linha de raciocínio, esse desemprego retirou de grande parte dos
brasileiros - só na Grande Porto Alegre são mais de trezentas mil famílias -
condições dignas de sobrevivência, justamente por estarem os seus responsáveis
ou aqueles que têm de trazer o pão para dentro de casa, desempregados. E por
quê? Não é por causa do ACM, ou é por causa do ACM? Ele até quer uma solução,
que mais parece uma pilhéria e uma gozação, que seria o imposto da pobreza, o
imposto da miséria. Ou seja, tirar do pobre para dar para aquele que não
dispõem de recurso para sobrevivência. Seria mais ou menos isso, porque quem
acaba pagando imposto no País é justamente o povo, seja lá por que via, pelo
imposto direto ou indireto, quem acaba pagando é o pobre. Isso seria tirar de
um bolso para colocar no outro bolso da mesma pessoa. Seria um absurdo
inquestionável!
Então,
Sr. Presidente, eu vejo assim: miséria e fome, neste País, acontecem todos os
dias, e é lastimável. Estamos aqui torcendo para que o ACM puxe as orelhas do
Fernando Henrique e faça-o enxergar que está levando o País para uma situação
insustentável. Alguém já falou aqui, eu já falei, também, que esta situação não
é bufônica ou de pilhéria, ela é perigosíssima, porque é dinamite
puro. Então, tenhamos cuidado e atenção com esta sorte que não corresponde à
dignidade dos brasileiros, que os deixa desempregados e sem alimento na mesa,
sem roupa para vestir e sem escolas para os seus filhos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O Vereador Antônio Losada está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
vamos continuar a comentar o assunto do desemprego que assola este País e que
provoca um desequilíbrio muito grande na família, na sociedade, nas diversas
categorias profissionais.
Esse
desemprego tem sido tema de discursos, de certa forma, irresponsáveis de alguns
governantes que ainda se utilizam dos meios de comunicação para fazer demagogia
diante da necessidade de uma população que vive momentos dramáticos e que anda
em busca de uma esperança, de um sol capaz de fazer renascer os sonhos nas suas
vidas.
Nós
temos um Projeto que dispõe sobre a proibição da implantação de caixas postais
comunitárias no âmbito do Município de Porto Alegre. O nosso Projeto visa
impedir a substituição dos carteiros por caixas postais comunitárias, as quais,
além de tirarem o sigilo da correspondência, vão provocar também o desemprego
desses profissionais.
A
portaria do Ministério de Comunicações, de nº 310 e 311, visa a implantação de
caixas postais comunitárias numa verdadeira preparação para a privatização dos
Correios e Telégrafos, órgão que presta um serviço tão importante à comunidade
brasileira.
Nós,
na qualidade de Vereadores, queremos registrar o nosso protesto. Ao defendermos
este Projeto, pretendemos que essas caixas postais comunitárias não sejam
implantadas em Porto Alegre, porque elas vão, efetivamente, além de desempregar
os trabalhadores dos Correios e Telégrafos, desqualificar a prestação de
serviços até aqui desenvolvida, com grande eficiência, por essa Empresa. Pode,
essa Empresa, levantar a necessidade em algumas vilas, em alguns locais, é
impossível entregar a correspondência casa por casa. Se isso não for possível,
vai ocorrer um tratamento diferenciado para aqueles bairros organizados com
ruas, com numeração perfeita, e os bairros com capacidade de urbanização
superior vão ter um tratamento privilegiado. É necessário que nós façamos com
que a correspondência, inclusive nas vilas, chegue aos seus verdadeiros
destinatários. Isso é muito importante para manter a igualdade, para manter a
privacidade e para manter a qualidade dos serviços até agora prestados.
É
com projetos como este que nós, que tanto falamos em defesa do emprego,
poderemos conservar uma categoria de, aproximadamente, setenta mil
trabalhadores neste País. No entanto, se as caixas postais comunitárias forem
implantadas, elas irão, sem dúvida nenhuma, provocar um grande desemprego entre
a categoria profissional dos carteiros, além de desqualificar um serviço que,
até aqui, tem sido prestado com grande qualidade.
Para
encerrar, Sr. Presidente, nós queremos lembrar que, nos Estados Unidos, que são
usados como exemplo em tantos discursos feitos aqui, foi tentada a privatização
dos Correios e Telégrafos, e, mesmo lá, a privatização não deu certo.
Portanto,
vamos lutar em defesa dos trabalhadores dos Correios, em defesa da qualidade
desse serviço e para que essa Empresa não seja privatizada! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Maristela Maffei.
Ela está ausente no momento. Com a palavra o Ver. José Valdir, para discutir a
Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, discuto
o Projeto do Ver. Antônio Losada que dispõe sobre a proibição da implantação de
caixas postais comunitárias no âmbito do Município de Porto Alegre. É um
Projeto que toca numa dessas questões cruciais a que hoje a sociedade se
submete. A política do chamado “estado mínimo” pretende minimizar o Estado não
só na questão da redução do número de pessoal, mas também na redução de
serviços. Esta política procura atacar nos dois sentidos: reduzindo os
serviços, com evidentes prejuízos para a população, ou então sobretaxando
serviços como fazem os bancos, que vem reduzindo, ao longo do tempo, o horário
de atendimento, e criando taxas, sobretaxas para serviços que são inerentes à
função do banco.
Aqui
está mais uma questão que parece-me central, que tem a ver com isso, essas
caixas comunitárias, como disse o Vereador, vão abrir um novo espaço para o
aumento do desemprego, vão ampliar o exército de desempregados, se forem implantadas.
E vão criar, especialmente naquelas áreas da periferia, onde a população é de
baixa renda, um decréscimo evidente da qualidade de serviço. Portanto, o
Projeto do Ver. Antônio Losada é extremamente oportuno e faz parte daquelas
medidas de resistências que esta Câmara tem de adotar, e vem adotando, através
de iniciativas como estas, no sentido de brecar esse tipo de desenvolvimento,
entre aspas, que não pensa no ser humano, que não coloca o ser humano, mas,
sim, o acúmulo de capital como centro de desenvolvimento.
Uma
outra questão que está na discussão, hoje, são os Projetos que criam dias em
homenagens a determinadas questões. Há um Projeto que cria o Dia do Taxista; há
um Projeto do Ver. Paulo Brum que institui o Dia Municipal de Combate à Fome e à
Miséria.
Eu
tenho um senão em relação a essa proliferação de dias para homenagem a isso,
dia para homenagem àquilo. Penso que, na nossa sociedade, hoje, o calendário
está extremamente profuso de dias em homenagens a isso, dias em homenagens
àquilo, e isso está criando, ao meu ver, duas situações: está banalizando ou
condicionando certas discussões como esta, que têm de ser regulares e
permanentes, a acontecerem em um determinado momento. Também tem servido para a
industrialização e a comercialização dessas homenagens. Temos visto a mídia se
aproveitando dos Dias dos Namorados, do Dia dos Pais, Dia das Mães, etc. Há dia
para tudo no calendário e nem por isso a humanidade está ficando melhor, pelo
contrário, eu penso que, enquanto não mudarmos algumas coisas no modelo de
desenvolvimento que hoje existe no mundo inteiro, a humanidade tende a ser cada
vez menos solidária, menos amorosa, embora tenhamos dia para tudo. Isso não faz
com que a humanidade fique melhor. Eu penso que profundas modificações no modelo
de desenvolvimento é que vão determinar que reencontremos valores, inclusive
éticos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
discuto a Pauta, destacando o Projeto que trata do debate sobre a legislação
que determina a quantidade de recursos que se gasta na área da Saúde. Temos
Legislações Federais, Estaduais e Municipais que fixam percentuais em gastos na
área da Saúde. Existe todo um debate, em nível federal, sobre isso, e
precisamos refazer a Legislação Federal, tratando do conjunto das despesas na
área da Saúde.
Todos
nós sabemos das dificuldades por que passa o setor da Saúde, em virtude do que
chamamos de “desfinanciamento”. Cada vez mais, vemos os gastos com Saúde, por
habitante, diminuir neste País. No ano de 1998 tivemos uma execução
orçamentária com gastos de oitenta e nove reais, por habitante, em Saúde. A
Argentina, país vizinho, gastou, no mesmo período, por habitante, quatrocentos
e vinte reais e é um País que está na mesma crise, no mesmo processo de
derrubada da moeda. E isso vem agravar toda a crise que se tem no País no setor
da Saúde.
Está
na Pauta um Projeto da nossa Bancada, assinado pelo Ver. Guilherme Barbosa, que
estabelece um nível mínimo de gastos no Município de Porto Alegre para a área
da Saúde, ou seja, 13% dos gastos da Administração Centralizada, fora todos os
recursos da municipalização do SUS. Porto Alegre está municipalizada de forma
plena, todos os serviços na Cidade são pagos através da Prefeitura, mas, parte
desses recursos vêm do Ministério da Saúde pelo repasse do SUS. Portanto,
estamos propondo uma mudança na Lei Orgânica, caracterizando, de fato, qual o
gasto que a Prefeitura de Porto Alegre teria de ter na área da Saúde, no caso
seriam 13%, excluído todo o dinheiro que vem do SUS, com o qual pagamos os
serviços em hospitais, laboratórios, tudo que está conveniado com o SUS.
E
eu gostaria de fazer um pedido ao colega Ver. Paulo Brum para que mudássemos
alguma coisa nesse Projeto que institui o Dia Municipal de Combate à Fome. A
sua intenção é de imensa relevância com esse Projeto, mas temos que,
diariamente, estar preocupados com o conjunto de famílias que se encontram excluídas
da sociedade e que merecem a nossa atenção. Mas acredito, Ver. Paulo Brum, que
tenhamos que discutir essa questão de forma mais permanente. Não se pode
instituir um dia para pensarmos na miséria do povo, mas, sim, devemos estar
permanentemente preocupados com isso, criando formas concretas para superarmos
esse problema.
O Sr. Paulo Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Apenas complementando as suas palavras, quero dizer que essa foi a
proposta que eu trouxe à Casa e também acho de extrema importância que também
passemos a nos preocupar com essas questões. Portanto, é uma proposta singela,
mas está aberta a sugestões. Por isso, obrigado pela sua atenção.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Fiz a referência do conjunto de Projetos
que tentamos aprovar juntos, porque acredito que esse Projeto tem que ser
reconstruído em outro caminho e que não devemos criar apenas um Dia Municipal
de Combate à Fome, mas sim, devemos ter uma preocupação permanente nesta Casa
com relação aos excluídos da nossa sociedade. Devemos pensar na forma como
vamos enfrentar, também como Legislativo, como vamos usar esse meio que é a TV
Câmara para chamar a atenção da sociedade para o fato de que existe um Comitê
de Solidariedade aos que passam fome na Cidade, que funciona na Av. Júlio de
Castilhos, 516. Todo o morador desta Cidade que quiser doar um quilo de arroz
ou um quilo de feijão pode se dirigir ao Comitê, isso servirá para uma família
carente ou para uma creche comunitária. Penso que podemos usar o Poder Legislativo
para, permanentemente, ajudar a sociedade a combater o problema da fome que é
conseqüência de uma crise. Devemo-nos unir para lutar contra a fome.
Portanto,
acho que o seu Projeto deve ser repensado, mas a intenção de trazer esse debate
à Casa é muito importante. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Há um pedido do Ver. João Dib de
Renovação de Votação. Solicito ao Ver. Adeli Sell que apregoe essa Renovação de
Votação, que deve ser apregoada hoje. Não quer dizer que essa apregoação seja
qualquer tomada de posição da Câmara, trata-se de uma Renovação de Votação de
uma Emenda do Plano de Diretor. Nos termos regimentais, essa Emenda deve ser
apregoada na primeira Sessão após a votação da matéria. Na sexta-feira,
possivelmente, apreciaremos a matéria.
O SR. 1º SECRETÁRIO: A Emenda nº 41 ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 10/97, do Processo nº 3442/97, que dispõe sobre o
Plano de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre e dá outras
providências. A Emenda destacada, nº 41 tem a solicitação de Renovação de
Votação.
O SR. PRESIDENTE: É uma matéria polêmica, mas enfrentaremos
o mérito da questão na próxima Sessão. Hoje, apenas apregoamos o pedido de
Renovação de Votação.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
para ganharmos tempo no andamento dessa matéria suscitada pelo Ver. João Dib,
peço que o Requerimento do Ver. João Dib seja, preliminarmente, encaminhado à
Procuradoria da Casa, no sentido de que, quando na segunda-feira tenhamos de
discutir e, eventualmente, votar ou não o assunto, já tenhamos o Parecer
preliminar da Sra. Procuradora da Câmara.
O SR. PRESIDENTE: Eu aceito o que V. Exa. solicita, mas
ocorre que, de acordo com o Regimento, a matéria é apregoada na primeira Sessão
e votada na segunda Sessão, e como é uma questão que vai ser enfrentada por
nós, porque o nosso Regimentozinho, e essa não é uma depreciação, mas quero
dizer que é o pequeno Regimento do Plano Diretor, que nós mesmos o alteramos,
para termos um procedimento próprio no Plano Diretor, como é do conhecimento
dos nobres Vereadores, ele não estabelece rito especial para esse caso, então
vale o nosso Regimento. Ele manda apregoar na primeira Sessão e votar na
segunda Sessão, então não será na segunda-feira, mas na sexta-feira. Isso não
cria embaraços para a proposta de V. Exa. Eu posso pedir que a Procuradoria,
até sexta-feira, nos dê uma posição .
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
corrijo-me duas vezes. Em primeiro lugar, V. Exa. tem absoluta razão, porque eu
estava me prendendo, exclusivamente, às sessões que nós temos: Plano Diretor e
a votação. Como não teremos Sessão na segunda-feira, porque é feriado, ficaria
a votação para a outra quarta-feira.
O SR. PRESIDENTE: Na próxima segunda-feira é feriado?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): É feriado
oficial do Rio Grande do Sul.
O SR. PRESIDENTE: É Lei?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: O Deputado Jarbas Lima havia proposto
essa Lei no Congresso. É um Decreto
Estadual do Governador Antônio Britto, sendo acatado também pela Prefeitura.
O SR. PRESIDENTE: Estou surpreso por haver um feriadão nos
próximos dias.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
acatando o encaminhamento regimental que V. Exa. dá, e deixando como uma possibilidade
de conversa com os Senhores Líderes, quero colocar que, caso a Procuradora não
consiga, até sexta-feira, nos dar um Parecer que nos oriente - que depois tem
que haver um encaminhamento político - e a obrigação da Mesa é colocar à
votação - nós, os Líderes, possamos postergar essa votação até quarta-feira
para dar tempo de examinarmos a matéria, não só do ponto de vista legal, como
do regimental.
O SR. PRESIDENTE: Eu concordo com V. Exa. que, dada a
densidade e o significado da matéria, tem que ser bastante sopesado. Essa
providência que V. Exa. requer é absolutamente plausível de que a Procuradoria
já nos dê alguma luz. De qualquer modo, solicitaremos que vá à Procuradoria
para o Parecer.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, o
Centro da Cidade de Porto Alegre hoje enfrentou talvez um dos maiores desafios
de engarrafamento dos últimos meses, notadamente na área da Duque de Caxias.
Inusitadamente, porque o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através dos
coordenadores do chamado Orçamento Participativo resolveram mobilizar a opinião
pública do Rio Grande para pressionar os Deputados Estaduais, e, imediatamente,
encontraram respaldo nos “azuizinhos” de Porto Alegre e na Brigada Militar para
trancar a Av. Duque de Caxias. E os pobres coitados motoristas desta Cidade,
que já enfrentam múltiplos problemas para trafegar no Centro, porque no
dia-a-dia, “azulzinho” é o que não se vê no Centro da Cidade de Porto Alegre,
foram surpreendidos com a Avenida Duque de Caxias, desde a Gal. Bento Martins
até depois do Palácio, absolutamente fechada ao trânsito, desde o período da
manhã, quando a Sessão da Assembléia era apenas agora de tarde.
Não
só isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na reunião do Conselho Municipal de
Cultura, no dia de ontem, os Srs. Conselheiros que, diga-se de passagem, não
são necessariamente nem filiados, nem simpatizantes do PT, mas, na verdade, são
representantes de categorias profissionais, representadas no Conselho,
receberam todos um panfletinho: “Vitória da participação - Orçamento na Praça -
Fórum Gaúcho em defesa da participação popular - Ato Show, às 16 horas, na
Praça da Matriz.” A isso, eu chamo de cooptação; a isso, eu chamo de
constrangimento político; a isso, eu chamo, Ver. Isaac Ainhorn, mais um motivo
para nós continuarmos lutando por uma lei, ao menos na Cidade de Porto Alegre.
É um desrespeito para com aqueles profissionais que, deixando os seus afazeres,
representando segmentos profissionais num Conselho Municipal de Cultura, têm de
ouvir discursos partidários e ideológicos ao invés de poderem resolver um dos
problemas mais graves desta Cidade que é: para onde vai a Terreira da Tribo,
Ver. Lauro Hagemann, a partir do dia 30 de setembro, quando a Terreira não
apenas for despejada, pelos seus locatários, quanto ainda, para acúmulo da
pressão e da perseguição que o Município de Porto Alegre faz à Terreira, a
SMAM, depois de quase dez anos de permanência da Terreira na José do
Patrocínio, nº 557, lembrou-se de multar a Terreira da Tribo por ruído.
É,
Ver. Lauro Hagemann, fique pasmado, mas é verdade. A Terreira da Tribo, pela
primeira vez na história, no último mês da sua permanência, foi multada por
ruído. Eu não sei por que o Opinião não é multado por ruído, porque faz muito
mais. Mas, ao que parece, goza das benesses, pelo menos de alguns membros do
Partido do Governo.
Enquanto
isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tivemos um imenso prazer, três anos,
nove meses depois da posse do Sr. Prefeito Municipal, de recebê-lo na Casa.
Embora não em Plenário, ao menos na sala da Presidência, com as Lideranças e
todos aqueles Vereadores que quiseram participar daquilo que o Ver. Guilherme
Barbosa, acho que justamente, classificou como a verdadeira reunião de
trabalho. Reunião de trabalho que para mim não ficou encerrada, sobretudo
quando eu recebo o Transportinho, que é exatamente publicação do sistema de
transporte de Porto Alegre, e vejo misturados alhos com bugalhos.
Na
manchete de um jornal sobre transporte, a manchete é “Porto Alegre sem
analfabetos”. Não consegui entender o que tem que ver sistema de transporte
coletivo, sobretudo de ônibus, com analfabetismo na Cidade de Porto Alegre. Mas
assim anda a Cidade de Porto Alegre, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e pelo
menos uma certeza eu tirei da reunião de ontem, mais tarde, mais cedo as
mentiras aparecem. Aquela do candidato ao Governo do Estado pelo PT apareceu
ontem, sentenças condenando a Prefeitura antes de 03 de outubro e antes do
segundo turno, havia-as muitas, se o candidato quis escondê-las debaixo do
tapete, foi um jogo, se elegeu em cima disso. Mas, infelizmente, o seu sucessor
que é o Prefeito Raul Pont, vai ter que responder pela questão porque é ele que
está enfrentando o desafio da negociação com a ATP, depois daquilo que o Dr.
Favreto, Presidente que nos acompanhou, nos deu a honra de presidir a Sessão,
depois do que o Dr. Favreto nos disse ontem, o pagamento que a Prefeitura faz
decorre da condenação dada pelo Judiciário contra o Município de Porto Alegre.
Enfim,
chegamos ao ponto onde nós queríamos, houve condenação do Município de Porto
Alegre pelas ações praticadas a partir de 1989. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
VOTAÇÃO
(encaminhamento
dos Destaques: autor do destaque e autor da proposição - sendo o mesmo autor,
encaminhamento único - 02 Vereadores contrários/02 Vereadores favoráveis/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3442/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/97,
que dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre,
institui o 2º Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre
e dá outras providências.
Com
Mensagem Retificativa nº 01 e Mensagem Retificativa nº 02, com Subemendas nº 01
às seguintes alterações: 1ª, 3ª, 4ª, 10ª, 35ª, 49ª, 52ª, 56ª, 58ª e 59ª; e nº
02 à alteração: 3ª; Emendas ao Projeto: nºs 01 a 06; 07, com Subemenda nº 01;
14 e 15; 16, com Subemenda nº 01; 17 a 21; 22, com Subemenda nº 01; 24 a 27; 28, com Subemenda nº 01; 29, com
Subemenda nº 01; 30, com Subemenda nº 01; 31, com Subemenda nº 01; 32, com
Subemenda nº 01; 33 a 37; 38, com Subemendas nºs 01 e 02; 39 e 40; 41, com
Subemenda nº 01; 42 e 43; 44, com Subemenda nº 01; 45 a 49; 50, com Subemendas
nºs 01 e 02; 51 a 58; 59, com Subemenda nº 01; 60 a 69; 70, com Subemendas nºs
01 e 02; 71, com Subemenda nº 01; 72 a 76; 77, com Subemenda nº 01; 78 a 89;
90, com Subemendas nºs 01 a 04; 91; 92, com Subemendas nºs 01 e 02; 93 e 94;
95, com Subemendas nº 01 e 02; 96 a 98;
99, com Subemendas nºs 01 e 02; 100 a 107; 108, com Subemendas nºs 01 a 03; 109
a 116; 117, com Subemenda nº 01; 118 a 120; 121, com Subemenda nº 01; 122; 123,
com Subemenda nº 01; 124 a 141; 142, com Subemenda nº 01; 143 a 148; 149, com
Subemendas nºs 01 e 02; 150 a 160; 161, com Subemenda nº 01; 162 a 166; 167,
com Subemenda nº 01; 168; 169, com Subemendas nºs 01 e 02; 170, com Subemenda
nº 01; 171 a 176; 177, com Subemenda
nº 01; 178 a 182; 183, com Subemendas
nºs 01 e 02; 184 a 191; 192,
com Subemendas nºs
01 e 02; 193, com Subemenda
nº 01; 194; 195, com Subemendas nº 01 e 02; 196; 197, com
Subemenda nº 01; 198 e 199; 200,
com Subemenda nº 01; 201, com
Subemenda nº 01; 202; 203, com
Subemenda nº 01;
204 a 207; 208, com
Subemenda nº 01;
209; 210, com Subemendas nºs 01 e 02; 211 e 212; 213,
com Subemendas nºs 01 e 02; 214 a 217; 218, com Subemenda nº 01; 219, com
Subemenda nº 01; 220 a 230; 231, com Subemenda nº 01; 232 a 235; 236, com
Subemenda nº 01; 237, com Subemendas nºs 01 a 03; 238; 239, com Subemenda nº
01; 240 a 256; 257, com Subemendas nºs 01 a 03; 258 a 265; 266, com Subemenda
nº 01; 267, com Subemenda nº 01; 268 e 269; 270, com Subemenda nº 01; 271 a 277;
278, com Subemenda nº 01; 279, com Subemenda nº 01; 280, com Subemenda nº 01;
281, com Subemenda nº 01; 282, com Subemenda nº 01; 283, com Subemenda nº 01;
284, com Subemenda nº 01; 285, com Subemenda nº 01; 286; 287, com Subemenda nº
01; 288 a 290; 291, com Subemenda nº 01; 292; 293, com Subemenda nº 01; 294; 295, com Subemenda nº 01; 296, com
Subemenda nº 01; 297, com Subemendas nºs 01 e 02; 298; 299, com Subemenda nº
01; 300 a 304; 305, com Subemenda nº 01; 306; 307, com Subemenda nº 01; 308 a
311; 312, com Subemenda nº 01; 313 a 320; 321, com Subemenda nº 01; 322 a 325;
326, com Subemenda nº 01; 327; 328, com Subemenda nº 01; 329, com Subemendas
nºs 01 a 03 ; 330 a 341; 342, com Subemenda nº 01; 343, com Subemenda nº 01;
344; 345, com Subemenda nº 01; 346, com Subemenda nº 01; 347 a 350; 351, com
Subemenda nº 01; 352 a 364; 365, com Subemendas nºs 01 a 03; 366; 367 a 372.
Relatórios:
- da Comissão Especial:
Relator Sistematizador Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto, da
Mensagem Retificativa nº 01 e da Mensagem Retificativa nº 02, com Subemendas;
pela aprovação e rejeição das Emendas e Subemendas, ao Projeto, nos termos dos
Pareceres.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art.82, § 1º, I, da LOM;
- rito especial
estabelecido pelas Resoluções nºs 1380/98 e 1420/99;
- retiradas as Emendas nºs
08, 09, 10, 11, 12, 13 e 23; o Processo está em fase de votação das Emendas
destacadas.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à votação do Projeto de Lei
Complementar do Executivo que trata do II PDDUA.
Nós
vamos votar os Destaques por artigo, que refere-se à segunda parte e trata do
Sistema de Planejamento, que inclui o artigo 40, inciso III, destacado pelo
Ver. Isaac Ainhorn e outros.
Em
votação o inciso III do art. 40. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para
encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
destacamos o inciso III em função do entendimento da Emenda nº 173, que
estabelece que “além da participação global da comunidade na gestão do
planejamento urbano, à qual se dará através do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano, fica assegurada a participação comunitária em nível
regional e local, na forma a ser definida em lei.” Nós entendemos que, ao
estabelecermos oito representantes na gestão de planejamento, estamos invadindo
matéria que diz respeito ao texto do artigo nº 44, estamos definindo a
participação da comunidade, quando essa questão da participação da comunidade
vai ser definida através de uma lei a ser encaminhada pelo Executivo
Municipal. Nós entendemos que a
participação da comunidade fica em suspenso até sua definição em lei, a ser
encaminhada a esta Casa, onde será definido até o número de região de
planejamento.
Na
realidade, quando estamos estabelecendo uma participação global da comunidade,
nós estamos instituindo uma estrutura da participação da comunidade na questão
de gestão do planejamento da Cidade, com lei; a comunidade participando com
lei. Não é como no Orçamento Participativo que está aí, em que a comunidade
participa sem lei. Não é como está aí. Nós estamos estabelecendo a participação
da comunidade no processo de definição das normas urbanísticas através de uma
lei, que vai ser encaminhada pelo Executivo. Esse é o avanço, pois no Projeto
original, que não está mais aqui, o que veio do Executivo, já estava tudo
pronto e arrumado.
Portanto,
é este o sentido do Destaque: estabelecer a forma como será a participação da
comunidade, seja em nível regional, em nível local, ou em nível do Conselho
Municipal do Plano Diretor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, esclarecendo: o art.
40, inciso III, diz: “oito representantes das regiões de gestão do
planejamento.” É esse o Destaque. A votação segue o trâmite de sempre: o voto
“sim”, significará que o texto permanece no art. 40, o inciso permanecerá, e se
não forem conseguidos os 17 votos “sim”, sairá do texto o inciso III.
Este
Presidente quer um esclarecimento: se sair do texto não serão mais vinte e
cinco, correto? (Aparte inaudível.) Então, aleijará o texto.
O
Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para encaminhar.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Acontece algo sobre o qual temos que refletir: a Comissão aprovou a proposta de
que o Executivo tem que mandar uma lei para regular a participação popular, que
era uma Emenda do Ver. Isaac Ainhorn, mas aprovou, também, que o Conselho, até
agora, tenha vinte e cinco membros. Aprovou a participação das entidades, a
parte governamental, e esses oito, que o Ver. Isaac Ainhorn destaca, são,
exatamente, a participação popular, que, nesse interregno de aplicação do
Plano, início de gestão e feitura da lei, que pode dizer que serão cinco, oito,
dez ou doze, porque vai ser um Projeto a ser discutido por nós, ficaria alijada
a participação popular, e alijaria, também, todo Plano, que foi montado em cima
do número de vinte e cinco cidadãos.
Não
sei se consegui deixar claro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, já são
pronunciamentos em defesa da Emenda?
O SR. PRESIDENTE: Não, Vereadora. O primeiro encaminhamento
foi o do Ver. Isaac Ainhorn, autor do Destaque, independentemente daquele
número de dois e mais dois.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: E até encaminhou, então, na defesa da
Emenda, o primeiro Vereador?
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini encaminhou
contrariamente ao que o Ver. Isaac Ainhorn falou. O Ver. Hélio Corbellini é
contrário ao Destaque, o Ver. Antonio Hohlfeldt é a favor do Destaque, então,
ainda resta um e um: um a favor e um contra.
O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Eu
conversava com o Ver. João Motta, há pouco, e peço a atenção do Ver. Hélio
Corbellini para que possa-me corrigir se eu estiver errado. Concordo com o Ver.
Hélio Corbellini, e tenho a preocupação quanto àquilo que o Sr. Presidente
registrou: a retirada, pura e simples, desse inciso vai, talvez, aleijar a
composição. Agora, quero lembrar que uma das coisas que eu bati, desde o
início, em relação ao Conselho, é de que ele não pode ser indicado por decreto
do Prefeito. É esta Casa abdicar. No entanto, Ver. Hélio Corbellini, V. Exa.
tem uma Emenda que diz isso. Então, das duas uma: ou o Ver. Hélio Corbellini
retira a Emenda nº 237, ou modifica, dizendo que é por Lei Complementar, ou,
então, vou ficar com o Ver. Isaac Ainhorn, porque o que eu não pretendo, Sr.
Presidente, porque aí é um suicídio, é que esta Casa abra mão daquilo a que tem
direito, que é a discussão básica da própria composição do Plano Diretor.
Então, eu fiz questão de encaminhar a favor da Emenda, usando como gancho para
uma negociação, que nos parece fundamental, que é a seguinte: eu me preocupo,
agora se for para cometer suicídio, então vamos para o suicídio! Vamos deixar
impossível o texto do Plano Diretor até chegarmos a um consenso e, aí, me serve
o Destaque do Ver. Isaac Ainhorn, com todo o respeito, o Vereador sabe, esse é
um dos dados fundamentais da nossa discussão. A Casa não pode abrir mão do seu
espaço. A idéia é abrir o Destaque para se chegar a um resultado.
Agora,
leio aqui, combinado. Pela Emenda de Relator do Ver. Hélio Corbellini, modifica
o parágrafo 2º, artigo 40: “O funcionamento do Conselho, bem como a forma de
escolha das entidades não-governamentais e seus respectivos representantes, é
disciplinado por decreto.” Nós já sabemos o que o Executivo quer fazer! É
aquela zorra de chamar todo mundo e colocar associação de moradores contra
entidade profissional e não sei o quê. Não dá! Tudo bem, Ver. Guilherme
Barbosa, aqui nós somos como juizes, eu leio o que está nos autos, apenas isso!
Se nós tivermos o encaminhamento em que vale o que foi consenso da Comissão, eu
quero, aqui, dizer, respeitosamente: acho que temos outra maneira de atender o
Ver. Isaac Ainhorn na sua preocupação. Ver. Isaac Ainhorn, sou parceiro para
mantermos aquele encaminhamento que fizemos na Comissão, sem nenhum problema.
Então,
quero deixar, aqui, este alerta aos Srs. Vereadores, de que enquanto houver os
demais encaminhamentos, se possa fazer a correção necessária, ou pela retirada
da Emenda de Relator ou pela modificação, enfim, o que nós vamos conseguir
resolver aqui para que não se corra o risco de esta Casa abrir mão de uma coisa
que é fundamental ao Legislativo Municipal: o acompanhamento, a participação
desta Casa em poder de igualdade com o Executivo, em relação às questões do
Plano Diretor. Acho que é, inclusive, uma questão de respeito e de
reconhecimento a tudo que este Legislativo fez nesse processo, de tomar aquele
texto que veio - e não estou usando o termo em sentido pejorativo -, um texto
tecnicamente, do ponto de vista legislativo, aleijado e arrumamos, até mediante
pressão, com a participação do respeitado Secretário de Planejamento e da sua
equipe, resultando num Projeto importante, e nós não podemos abrir mão disso em
hipótese alguma, nem agora nem no futuro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra
para encaminhar.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. É
verdade, Ver. Antonio Hohlfeldt, que surgiu a Emenda nº 237, mas há a Subemenda
nº 01 à Emenda nº 237. Esta é a que ficou no texto, e o texto diz o seguinte:
“O funcionamento do Conselho será disciplinado por decreto.” Então, a Emenda nº
237, que o Senhor referia, foi substituída pela Subemenda nº 01 à Emenda nº 237
do Ver. Lauro Hagemann, e o texto final já está no corpo do Projeto, que é o
parágrafo segundo. Então, são matérias diferentes daquela que nós estávamos
discutindo, que é a composição do Conselho; é só olhar nos dois cadernos, que é
bem claro e bem lógico. O parágrafo segundo diz: “O funcionamento do Conselho
será disciplinado por decreto do Executivo”, que é a Subemenda nº 01 à Emenda
nº 237, que modifica a Emenda nº 237, que era aquela que o Ver. Antonio
Hohlfeldt estava abordando. Está claro Vereador? Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós
temos uma matéria muito complexa, que é pensar na Cidade, no sentido de
colaborar com os trabalhos referentes a esse importante material.
Na
realidade, eu gostaria de dizer a V. Exa. e a todos os colegas Vereadores que a
minha Emenda contempla a definição, em lei, da participação local e regional da
comunidade.
Basicamente,
quando eu encaminho a minha Emenda é para dizer que a participação da
comunidade vai-se dar, por lei, em nível regional e local. Eu quero que a
comunidade venha aqui e discuta amplamente essa matéria.
Eu
cometi um equívoco ao destacar o Inciso III do art. 40, que fala da
participação da comunidade no Conselho.
Então,
se eu tirasse a participação da comunidade no Conselho, eu estaria deixando-o
capenga.
O
que eu quero definir, por lei, é a participação regional e local. Como eu não
posso retirar o Destaque, Vereador-Presidente, eu peço àqueles que me honraram
no acompanhamento e prestígio à minha proposta, que votem contra o Destaque
feito por mim. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o inciso III do art. 40. Os
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos dos Vereadores João Dib e Sônia Santos. A matéria permanece no texto.
Em
votação a Emenda de Relator nº 236, de autoria do Ver. Hélio Corbellini,
destacada pelo Ver. Hélio Corbellini e outros. O Vereador destacou a própria
Emenda.
O
Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para encaminhar.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós
destacamos a Emenda nº 236, de nossa autoria, que tinha sido aprovada na
Comissão, porque, na última reunião da Comissão do PDDUA, por acordo com os
Vereadores Fernando Záchia e Antonio Hohlfeldt sobre quais entidades deveriam
fazer parte do Conselho, nós aprovamos a Subemenda nº 1 à Emenda nº 237. Mas eu
não sei como, também surge, no texto, a Emenda nº 236, que deveria ter sido
considerada prejudicada, e não o foi. Então, eu pedi o Destaque para que prevaleça
o acordo feito. Se os Srs. Vereadores lerem as Emendas, vão ver que as
entidades que os Vereadores reivindicavam que fizessem parte do Conselho, farão
parte.
Eu
solicito aos Srs. Vereadores que votem favoráveis à retirada da Emenda nº 236
do texto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda de Relator nº 236 ao
PLCE nº 10/97. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA. A Vera. Sônia Santos pede
que registre seu voto favorável à matéria.
Em
votação a Subemenda nº 3 à Emenda nº 237, de autoria do Ver. Hélio Corbellini,
destacada pelo Ver. Reginaldo Pujol e outros.
Com
a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
discussão que surgiu há pouco, o Ver. Isaac Ainhorn, com muita autoridade, num
gesto até elogiável, acabou confessando que tinha-se equivocado com relação a
uma matéria. Quero, honestamente, dizer que vou copiar V. Exa, Ver. Isaac
Ainhorn. Não tinha-me apercebido, quando apresentei o Destaque à Subemenda nº 3
à Emenda nº 237, que essa Subemenda foi fruto de um acordo, de uma composição
que tinha sido realizada durante o período de debate na Comissão, e para a qual
contribuiu V. Exa, o Ver. Antonio Hohlfeldt, o Ver. Lauro Hagemann, o Ver.
Hélio Corbellini; enfim, houve uma composição, e eu, presidindo os trabalhos
naquela ocasião, não havia percebido que isso era resultante daquele
entendimento.
Então,
Sr. Presidente, entendo que essa Subemenda nº 3 à Emenda nº 237 tem de
permanecer no texto. O meu Destaque é por conseguinte inconseqüente. O mais
correto que a Casa pode fazer é não acolher o meu Destaque, votando não,
mantendo no texto a Subemenda que é produto de um consenso.
Eu,
que sou autor do Destaque, vou votar contra e aconselho os Srs. Vereadores a
votar “não” e, com isso, que se mantenha no texto o que está escrito na
Subemenda nº 3 à Emenda nº 237. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador. )
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Subemenda nº 3 à Emenda nº
237. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto contrário da Vera.
Sônia Santos.
Em
votação a expressão “Complementar”, na Emenda nº 173, de autoria do Ver. Isaac
Ainhorn, destacada pelo autor e por outros Vereadores. O Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra para encaminhar.
O
Vereador tem direito a somente um encaminhamento.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
forma original do Projeto que o Executivo encaminhou à Casa a participação da
comunidade, no nível regional e local, já estava definida na sistemática hoje
vigente, a da informalidade do Orçamento Participativo, sem lei, como estava
definido. Pensamos que esse critério não é bom, queremos a comunidade
participando, com definição legal. Estabelecemos em nossa Emenda que, além da
participação global da comunidade na gestão do planejamento urbano, que se dará
através do Conselho Municipal do Desenvolvimento Urbano e Ambiental, fica
assegurada a participação comunitária, no nível regional e local, na forma a
ser definida em lei complementar. Sinceramente, quero confessar a V. Exas. que
tenho dúvidas se a lei que vai definir a participação da comunidade é lei
ordinária ou lei complementar. Eu não sei. Se eu colocar lei, deixo aos
juristas do Paço Municipal o cuidado da resolução dessa questão, quando eles
encaminharem a lei aqui para a Casa., daí irão examinar se a lei da definição
da participação da comunidade será ser uma lei ordinária ou complementar.
Dizendo lei, vale o princípio do gênero lei, agora, o tipo de lei, será
definido depois, se ordinária ou complementar; despicienda, portanto, a
qualificação de lei complementar.
Por
isso peço a retirada do texto da expressão “complementar”, ficando apenas
“lei”. Espero que toda a sua Bancada, Ver. Guilherme Barbosa, acompanhe-nos
nessa proposta. Acredito que essa questão tenha ficado suficientemente
esclarecida, que é fundamentalmente de técnica legislativa. Diria, de boa
técnica legislativa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, no caso citado pelo Ver.
Isaac Ainhorn, é uma lei que mexe numa Lei Complementar, que é a maior Lei
Complementar que temos, que é o Plano Diretor, deve ser lei complementar. Vou
opinar que seja mantida a expressão “complementar”.
O SR. PRESIDENTE: Não cabe a esta Presidência se
manifestar sobre o assunto, mas em sendo todas essas leis de ordem
complementar, acredito que uma lei ordinária não modifica uma lei complementar.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na verdade não está-se
modificando a lei complementar, está-se apenas dizendo qual o mecanismo para
que seja aperfeiçoado aquele dispositivo. E nesse sentido não há nenhuma
incongruência jurídica.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a expressão “complementar”
constante na Emenda nº 173. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) REJEITADA, com o
voto contrário do Ver. João Dib.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Estamos aprovando o
Destaque, mas temos que votar a Emenda.
O SR. PRESIDENTE: Não, nós estamos votando a Emenda. O que
o Ver. destacou foi a palavra “complementar”. Nós votamos a favor de que a
expressão “complementar” seja retirada. De qualquer modo, significa que sai do
texto a expressão “complementar”.
Em
votação Emenda nº 347, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, destacada pelo Ver.
Guilherme Barbosa e outros. A Emenda que altera o art. 51 diz: “que
acrescente-se após a expressão ‘bens tombados’ a expressão ‘e áreas de proteção
ao patrimônio natural e de saneamento ambiental’.” O Ver. Guilherme Barbosa
quer retirar do texto essa Emenda, por isso destacou.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como
esse assunto é complexo, vou ler o artigo para que os Vereadores que não
participaram da Comissão percebam a importância do que estamos discutindo e
debatendo. O art. 51 está no Capítulo II, que é da transferência de potencial
construtivo, Ver. Pedro Américo Leal. No art. 51, diz o seguinte: “Denomina-se
transferência de potencial construtivo a possibilidade do Município transferir
o direito correspondente à capacidade construtiva das áreas vinculadas ao
sistema viário projetado, a instalação dos equipamentos públicos arrolados no
parágrafo 1º do art. 52, bem como a preservação de bens tombados, como forma de
pagamento em desapropriação ou outra forma de aquisição.” O que está sendo
discutido é se fica ou não a expressão: “e áreas de proteção ao patrimônio
natural e de saneamento ambiental”, ou seja, traduzindo mais objetivamente, que
aquelas áreas de proteção ambiental, portanto grandes áreas, os nossos morros,
os seus sopés, etc., a pessoa vai poder receber potencial construtivo para
construir em outra região, em outra área. Isso modifica completamente o que
hoje se tem trabalhado com relação à transferência de potencial construtivo.
Situações bem objetivas, bem concretas, por exemplo: na III Perimetral a pessoa
pode transferir o potencial da sua área e assim por diante.
Essa
Emenda do Ver. Hélio Corbellini muda completamente essa abordagem do potencial
construtivo e vai fazer com que pessoas que tenham uma área de proteção, que
normalmente são grandes áreas, também recebam transferências de grandes
potenciais de transferência de nível construtivo. Essa é uma situação muito
complicada. Pensamos que não devemos aprovar esse novo critério, pois modifica
completamente o que hoje se estabelece. Pedimos que os Srs. Vereadores não
aprovem essa possibilidade, senão teremos uma situação muito complexa e
complicada na Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, essa
Emenda consta no Relatório aprovado. Mereceu amplos debates na Comissão e
logrou ser vitoriosa por larga maioria de votos. Com exceção dos integrantes da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, os demais votaram favoravelmente à
aprovação dessa Emenda, que foi explicada pelo Ver. Guilherme Barbosa. Ela
busca complementar um instrumento que estamos criando para o Município, que é a
transferência do potencial construtivo, que já está previsto para utilização em
várias circunstâncias, também vai ser utilizado para preservar o meio ambiente,
como propõe a Emenda, também será utilizado para preservar o patrimônio natural
e o saneamento ambiental.
Dois
termos introduzidos no Projeto pela denominação e pela conceituação oferecida
pela própria equipe técnica que preparou esse Projeto. Isso quer dizer que nas
hipóteses que o Ver. Guilherme Barbosa salientou, efetivamente vai poder ser
utilizado esse instrumento, e isso é bom para o Município, é bom para a Cidade
e faz justiça porque nós queremos que determinadas áreas de Porto Alegre sejam
preservadas, e que ali se obste à construção, que ali não se permita que haja
edificação; mas quando nós assim agimos estamos obviamente cerceando a
liberdade daquela pessoa que é detentora daquela área, que poderia buscar uma
indenização econômica do Município, a medida em que a sua área é declarada de
utilidade pública ou que é transformada em um parque ou que é dito que ali não
pode construir porque é do interesse da Cidade não construir, essa pessoa pega
o índice, transfere, vai construir noutro lugar, e desonera o Município de ter
que fazer qualquer pagamento para isso.
O
Ver. Hélio Corbellini, com a sua proposta, dá um instrumento belíssimo para o
Município desenvolver uma política coerente, conseqüente, exeqüível de proteção
ao meio ambiente e não mais uma possibilidade que, na maioria das vezes, não
passa de idealização dos técnicos e que é suportada exclusivamente pelo
particular, que fica impedido de dispor da sua propriedade e que acaba não
dispondo da mesma sem ter nenhuma contrapartida sobre isso. Resolve uma série de
situações no Município, é um belo instrumento, tem que permanecer. E o Ver.
Hélio Corbellini tem toda razão neste particular. Eu lamento dizer que o PT
equivocou-se por inteiro na análise e está insistindo com esta proposição.
Vamos manter no texto. Então, vamos dizer não ao Destaque. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra,
para encaminhar.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu devo
dizer que me preocupou esta Emenda, com todo respeito ao Ver. Hélio Corbellini,
com quem nós temos tratado e agido quase sempre de comum acordo, porque, como
autor da Lei do Solo Criado, esta Emenda vai produzir um efeito devastador no
Solo Criado, que nós pretendemos implementar.
O
Ver. Hélio Corbellini diz que quer proteger especialmente o Morro do Osso e um
outro morro, mas acontece que isso vai gerar uma confusão na Cidade toda. O
objetivo vai ser o contrário.
Eu
queria dizer aos Srs. Vereadores que sou favorável ao Destaque porque vai preservar
o instituto do Solo Criado da forma mais perfeita possível. Diz a Secretaria do
Planejamento que existem muitas áreas a serem permutadas, áreas de preservação.
Vai ser um volume muito grande de índices a serem transferidos, o que vai
possibilitar que esta moeda, que seria uma moeda normal, se transforme numa
moeda podre. É que nem a história das privatizações: nós vamos vender um
território, que é nobre, por um preço vil. Eu solicitaria o máximo empenho da
Casa para que esta preservação do Solo Criado fosse mantida, votando a favor do
Destaque, porque, senão, nós vamos incorrer num erro muito grave. Aquilo que
nós pretendemos incrementar na Cidade, que é o Solo Criado, através da venda de
índices, para possibilitar o aumento da infra-estrutura e direcionar o
crescimento da Cidade na direção em que a Prefeitura e a sociedade quer, nós
vamos impossibilitar isso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a
palavra para encaminhar.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta é
uma matéria de alta sensibilidade e grande importância. Eu gostaria que o Ver.
Lauro Hagemann me escutasse, porque somos Partidos do mesmo campo, mas
necessariamente não enxergamos, não olhamos e não vemos as questões práticas da
sociedade da mesma forma.
O
que nós estamos discutindo neste debate de zona urbana, zona rural, plano
ambiental, preservação das matas, preservação das nascentes, preservação dos
morros, permeou quase toda a discussão do nosso Plano. Mas nós, se olharmos bem
o Plano, vamos ver que não temos um dispositivo, sequer, prático e concreto,
que possibilite a preservação das matas. É verdade. Nós queríamos, e sempre
dissemos à Bancada do Governo que estávamos muito entristecidos com o que acontece
no Morro São Pedro e no Morro do Osso. Os mecanismos que existem até hoje fazem
isso que está acontecendo, e que todos nós denunciamos e que todos nós queremos
que não aconteça mais para melhorar a nossa qualidade de vida. É o discurso de
todos. Então, o que vale mais: a preservação desses Morros ou alguns índices do
solo criado?
Nós
não achamos, de jeito nenhum, que nós, com isso, estamos desfigurando o Solo
Criado. Ao contrário, o Solo Criado está servindo de estímulo para aqueles que
são obrigados a preservar essas áreas e as suas matas tenham, sim, a
possibilidade de ter uma recompensa por manter aquilo, porque é terra que não
pode ser construída, é terra que não pode ser comercializada porque existem
leis pesadas que prevêem a proteção das matas, das nascentes e dos morros. Isso
não acontece por quê? O que faz aquele que quer recuperar alguma coisa do seu
investimento? Ele deixa ocupar porque sabe que aquelas pessoas não vão ser
retiradas daquele mato. E aí, acaba-se com a mata e cria-se mais um núcleo
residencial clandestino na Cidade de Porto Alegre, como tem sido a nossa
história. E com esse mecanismo, nós temos a absoluta certeza de que estamos
dando à Prefeitura um instrumento para que, junto com os proprietários, tenha
um mecanismo de controle absoluto das nossas reservas naturais. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, esta
Emenda mereceu o parecer favorável da relatoria. A Comissão recomendou a sua
aprovação e ela foi destacada, de acordo com o que prevê o rito que estabeleceu
a análise do Plano Diretor. Agora, consulto V. Exa: como ela tem Parecer
favorável para que o destaque que quer retirá-la do texto seja aprovado, o
Destaque é que tem que ter dezessete votos, ou a Emenda é que tem que ter
dezessete votos para continuar?
O SR. PRESIDENTE: Sempre a Emenda, Vereador. Porque o
Destaque, pela sua simples existência, já retirou, então, tem que voltar ao
texto. E aí é necessário que haja maioria para recolocar no texto.
O SR. REGINALDO PUJOL: Data
vênia, Excelência,
entendo que o Destaque faz com que a recomendação do Parecer, que era para
aprovação, fique suspensa, mas a recomendação continua.
O SR. PRESIDENTE: Qual recomendação, Vereador?
O SR. REGINALDO PUJOL: O parecer do Relator da matéria foi pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Sim, foi pela aprovação, mas o Destaque
retira a aprovação, deixa em suspenso.
O SR. REGINALDO PUJOL: Então, o que está sendo votado é o
Destaque. O Destaque é que tem que ter os 17 votos.
O SR. PRESIDENTE: Entendo o seu argumento. O Destaque
retira, está fora.
O SR. REGINALDO PUJOL: Há Emendas que foram recomendadas à
aprovação e Destaques a Emendas que foram recomendadas para que não fossem
aprovadas.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. está levantando uma preliminar de
que poderia ser isso, mas não é. O Destaque retira do texto tanto as aprovadas
quanto as não-aprovadas. Eu acho que V. Exa. tem razão num aspecto: o Destaque
está ou estava desrespeitando a aprovação de uma matéria, mas essa é outra
discussão. Neste momento, o Destaque retira as Emendas aprovadas ou as
não-aprovadas, estão todas fora, mesmo aquelas que tiveram aprovação.
Esta
é uma discussão preliminar, agora, nós temos que reconduzir ou não ao texto,
para isso há que ter 17 votos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Data
vênia, Sr. Presidente,
vou consignar o meu protesto até como cautelar para futuras providências.
Acredito que o entendimento que está sendo dado para matérias com parecer
favorável fere a lógica jurídica.
O SR. PRESIDENTE: Aceitando o argumento de V. Exa., até
para raciocínio, essa Questão de Ordem caberia no início dos nossos votos,
porque já votamos outras Emendas com parecer favorável. Então, a Questão de
Ordem foi, no mínimo, tardia, até pode ter procedência.
Em
votação nominal a Emenda nº 347, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, destacada
pelo Ver. Guilherme Barbosa e outros. (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação nominal a Emenda nº 155 ao PLCE nº 10/97. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 5 votos SIM, 23 votos NÃO.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de confirmar
se essa Emenda está aprovada pela Comissão Especial. É que diz: “onde couber”.
Essa era a pergunta.
O SR. PRESIDENTE: Eu tenho a informação de que essa Emenda
foi aprovada.
Em
votação a Emenda nº 341 ao PLCE nº 10/97. (Pausa.) Esta Emenda é de autoria da
Vera. Sônia Santos e outros Vereadores. O Destaque também é de autoria da Vera.
Sônia Santos.
Aproveito
para informar que a Vera. Sônia Santos, através de um Requerimento, pede
Renovação de Votação da Emenda 343. Este pedido, eu estou indeferindo
liminarmente pelas seguintes razões: nós temos um pequeno regimento que regra a
votação do Plano Diretor para uma votação especial, fora do nosso Regimento,
que foi alterado. Este regimento suplementar, que regra a votação do Plano
Diretor, joga os casos omissos ao Regimento da Câmara. Nos casos de Renovação
de Votação, o Regimento da Câmara, pela última alteração, diz que tem de haver
uma diferença de até três votos na votação feita. Eu tenho, aqui, o resultado
da votação da Emenda nº 343, em que ela foi rejeitada por 17 a 12 , sendo,
então, a diferença, de cinco votos. Diante disso, eu, nos termos regimentais,
indefiro o pedido da nobre Vereadora Sônia Santos.
A SRA. SÔNIA SANTOS (Requerimento): Sr. Presidente, em face da relevância da
matéria, eu requeiro que ela seja enviada à Procuradoria, para que nós possamos
ter o seu Parecer a respeito disso.
O SR. PRESIDENTE: Eu defiro o Requerimento da Vereadora
Sônia Santos. Já está na Procuradoria o pedido do Ver. João Dib, que o Ver.
Antonio Hohlfeldt solicitou que fosse para lá. Trata-se, essa, de matéria da
mesma importância, havendo apenas o aspecto da diferença de votos. Pelo mérito
e pela importância da matéria, eu defiro o pedido da Vereadora no sentido de
que essa matéria vá à Procuradoria, para que a Procuradoria se pronuncie com
relação ao seu mérito. A questão regimental eu já interpretei, mas, para que
seja discutido o mérito, dada a relevância da matéria, eu defiro o Requerimento
da Vereadora Sônia Santos.
A
Vera. Sônia Santos encaminha como
autora a Emenda nº 34
A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores, este é um encaminhamento bastante rápido.
Todos têm acompanhado o desenrolar da discussão do Plano Diretor, e esta Emenda
visa a, tão-somente, de uma forma muito clara, trazer os empreendimentos de
grande porte para deliberação na Câmara.
Se
os Srs. Vereadores entendem que é importante que empreendimentos de grande
porte passem pela Câmara, nós devemos aprovar esta Emenda, para que nós não
venhamos a ter surpresas, como acabou acontecendo com relação ao Projeto de
Hermes, Projeto de grande porte, Ver. Cláudio Sebenelo, que acabou acontecendo
sem a Câmara ter tido ciência de coisa alguma.
Aqueles
Vereadores que entendem que empreendimentos de grande porte devam passar pela
ciência dos Vereadores, de nós, que somos representantes do povo, eleitos pelo
povo, legitimados pelo voto, que aprovem esta Emenda, pois ela é muito
importante para o bem da nossa Cidade, até porque nós queremos tudo pelo bem da
nossa Cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Elói Guimarães para
encaminhar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
evidentemente que eu não aprofundei aqui uma análise nos detalhamentos da
iniciativa e da proposição da Emenda da Vera. Sônia Santos, mas, a ideologia, a
filosofia, a direção que ela mostra no seu trabalho tem a ver com a democracia
das decisões, porque grandes investimentos mexem com a Cidade, sob o ponto de
vista econômico, ambiental, das relações e de uma visão ideológica sobre a
socialização, a distribuição de ofertas no campo da própria economia. A Casa é,
sem dúvida nenhuma, o ponto que faz o equilíbrio entre o Executivo e o
Legislativo.
Então,
quando esses dois entes que constituem o Município - Executivo e Legislativo -
fazem uma parceria na decisão de questões importantes, temos realizado,
efetivamente, os maiores objetivos da população. Buscamos falar, aí sim, pelo
todo da população. O Executivo com seus dados e levantamentos técnicos, a Casa
com o poder político, com o poder de decisão e, na medida em que tem esse poder
de decisão, ela expressa a democracia, a vontade da população.
Essa
Emenda, ideologicamente, chama a atenção, indiscutivelmente, para o processo
democrático, em questões de relevância.
Lembro-me
de que, no ano passado, quando aqui estiveram aquelas associações ligadas ao
comércio a céu aberto, da Azenha, da Assis Brasil, que estiveram aqui com suas
lideranças, nós tivemos a oportunidade de fazer um debate e alguns
questionamentos sobre a concentração do poder nos mais diferentes setores,
sejam eles do mercado de consumo, ou de atividades indispensáveis à atividade
humana.
A
participação da Casa, com sua função de avaliação política, expressando a
vontade da Cidade no desenvolvimento de grandes investimentos, parece de grande
significação.
Quero
cumprimentar a Vera. Sônia Santos, pois entendo que sua Emenda é de grande
significação, e é, também, mansa e pacífica. Por que se poderia objetar a
participação da Casa, se devemos ser a expressão da Cidade de Porto Alegre?
Então,
fica a minha manifestação no sentido de defender a Emenda. Nós sabemos que os
grandes investimentos não são o cotidiano da Administração da Cidade, e sim
situações singulares a que a Casa será chamada a dar a sua contribuição. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Clênia Maranhão
para encaminhar a Emenda nº 341.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
encaminhar favoravelmente à Emenda que possibilitará que esta Casa venha a
discutir e a aprovar os empreendimentos de grande porte a serem implementados
em nossa Cidade. Os meus argumentos vão na mesma direção dos apresentados pelo
Ver. Elói Guimarães. E quero lembrar que sou autora de um Projeto de Lei, que
tramita nesta Casa, que dará a obrigatoriedade ao Poder Público de realizar
estudo de impacto sócio-econômico aos grandes empreendimentos em Porto Alegre.
A
aprovação desta Emenda vai garantir a possibilidade de que os grandes
empreendimentos - se forem colocados no bojo de uma lei que exija impacto
sócio-econômico, sejam remetidos à Câmara Municipal de Porto Alegre, e colocará
a nossa Cidade num patamar superior a muitos Municípios no que se refere a essa
questão.
Quero
lembrar que, normalmente, os grandes empreendimentos, ou até aqueles de porte
médio, que têm sido criados em Porto Alegre, acabam nesta Casa, não por uma
obrigação de lei, mas, muitas vezes, pelas repercussões que eles propiciam na
comunidade do entorno. Foi a grande polêmica do Shopping Cristal, do Shopping
da Zona Norte, da polêmica com obras menores, como a famosa reforma, quase
interminável, da Av. Assis Brasil, além da Perimetral, cuja polêmica se arrasta
há vinte anos.
Quando
nós acabamos, enquanto Parlamentares, intervindo no tema dos empreendimentos,
na verdade, a nossa participação acaba sendo de intermediação nos conflitos e
de pressão política, para que o Executivo consiga atender aos interesses
contraditórios que regem as regiões de implantação dos empreendimentos. Eu
penso que esta Emenda trabalha também uma questão democrática. Nós somos os
responsáveis pela garantia da vontade popular, e nada mais justo que: os
empreendimentos que repercutem na Cidade, passem pela avaliação dos Vereadores
do Parlamento Porto-Alegrense. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra para
encaminhar.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para
não ficarmos numa discussão abstrata sobre o poder da Câmara Municipal ou da
sua competência, vou utilizar outro caminho para fazer a discussão desse
Destaque. Para isso, em primeiro lugar, vou ler o que, segundo a proposta da
Ver. Sônia Santos, é considerado também um empreendimento de impacto urbano de
segundo nível, ou seja, de grande porte. Pergunto a Vera. Clênia Maranhão,
antes de ler, se V. Exa. acha que uma garagem, para a guarda de veículos, com
capacidade de quatrocentos e uma vagas é um empreendimento de grande porte? É
óbvio que, pelo rigor da lei, seria um exagero fazermos tal afirmativa. Ou
outra pergunta: Uma garagem comercial com duzentas e uma vagas, tecnicamente,
pode ser enquadrada como um empreendimento de grande porte? Na minha opinião, é
óbvio que não.
A
lei que define, no artigo 62, quais são os empreendimentos de impacto urbano de
segundo nível e que, portanto, são conceituados como projetos especiais,
estabelece, no parágrafo 1º, no seu inciso V, quais são esses projetos.
Pergunto: essas obras, que traduzi nas perguntas anteriores, têm a ver com
esses critérios, que passo a ler, para ser considerado de grande porte?
“I-
Projeto de renovação ou revitalização urbana,
II-
projeto de reestruturação urbana ambiental,
III-
projetos de preservação da identidades culturais locais,
IV-
projetos de áreas destinadas a usos específicos de caráter metropolitano,
V-
projetos de Núcleos de Ocupação Rarefeita.”
É
evidente que não. Portanto, é por essa razão que não podemos concordar que uma
área computável superior a trinta mil metros quadrados, onde se soma tudo, não
só salas, uma área de guarda de veículos com capacidade superior a quatrocentos
vagas também não pode ser considerada de grande porte, assim como áreas
destinadas a garagens comerciais com capacidade superior a duzentas vagas não
podem ser consideradas de grande porte, porque não o são, porque são
intervenções de pequeno porte. Por essa razão que é um equívoco nosso.
Queremos
primeiro, trazer para a Câmara dos Vereadores os empreendimentos chamados
projetos especiais; segundo, considerar esses, que eu acabei de ler, como
projetos especiais. É um exagero do ponto de vista do que existe, atualmente,
no Plano de 1979 e o que estamos discutindo e aprovando para o novo Plano da
Cidade. É estranho ao plano que existe e será mais ainda ao Projeto que vamos
aprovar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Vamos votar a Emenda nº 341. Estou entendendo algo que acho não ser
a intenção da Vereadora. A Vereadora apresentou uma Emenda e está pedindo
Destaque da mesma. Está retirando do texto. Ela está no texto, foi rejeitada.
Mas tanto as Emendas rejeitadas como as aprovadas podem ser pedido o Destaque.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Presidente, por ser rejeitada, a
Vereadora pediu Destaque para poder discuti-la novamente. Zera o processo e o
que passamos a votar é a Emenda. Quem for favorável à Emenda vota “sim”; quem
for contrário vota “não”.
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda nº 341. (Após
a apuração.) REJEITADA por 13 votos SIM; 14 votos NÃO.
Emenda
nº 361, de autoria do Ver. João Carlos Nedel e outros. Destacada pelo Vereador
Reginaldo Pujol e outros. A Emenda nº 361 é para suprimir do parágrafo 6º, do
artigo 61, a expressão: “Que deliberarão sobre a consulta à comunidade nas
instâncias de planejamento regional.”
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
nós temos, de novo, um problema, porque ela se encontra no texto, parágrafo 6º.
O conteúdo da Emenda está no texto. A Emenda do Ver. João Carlos Nedel, que
pretendia suprir a expressão do texto, foi rejeitada pela Comissão Especial,
portanto ele pediu destaque para a Emenda. Então a matéria já está no texto.
O SR. PRESIDENTE: A Emenda recebeu parecer pela rejeição na
Comissão.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Se quisermos manter o texto votamos sim e
se quisermos retirar votamos não.
O SR. PRESIDENTE: Exato, Vereador. Quem vota sim mantém a
expressão: “Que deliberarão sobre a consulta à comunidade nas instâncias de
planejamento regional.” Quem votar não, estará contrário.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, peço desculpas a V. Exa.,
mas não concordo com o encaminhamento, porque a Emenda nº 361 que estamos
votando diz: “Suprimir do parágrafo 6º, do artigo 61 a expressão.” Então quem
votar sim vai estar aprovando a supressão. Claro.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Braz, com todo o respeito, V.
Exa. não está entendendo, é que não importa o verbo suprimir, porque estamos
votando a Emenda.
O SR. LUIZ BRAZ: A Emenda manda. O que faz o Destaque? O
destaque faz com que possamos votar a Emenda mesmo rejeitada pela Comissão.
O SR. PRESIDENTE: Mas não é esse o caso.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas foi destacada a Emenda.
O SR. PRESIDENTE: Mas na votação da Emenda anterior eu
raciocinei como V. Exa. e me equivoquei. Na verdade o que estamos votando é o
Destaque à rejeição.
O SR. LUIZ BRAZ: Olha, estranhamente, até o Líder do PT
concorda com o meu encaminhamento. Nós estamos votando, aqui, a Emenda
destacada, e a Emenda diz: Suprimir do parágrafo 6º, do art. 61 a expressão.”
Aí vem a expressão.
Então,
se nós votarmos sim, vamos suprimir a expressão do texto e se votarmos não
vamos rejeitar a Emenda e vamos manter a expressão no texto.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Apenas para colaborar,
eu entendo que quando o Parecer for pela rejeição da Emenda seria mais
interessante votarmos o texto e não a Emenda. Apenas para colaboração à Mesa.
O SR. PRESIDENTE: Mas foi o que nós fizemos na Emenda
anterior. Se nós formos coerentes, continuaremos com a mesma interpretação,
Ver. Luiz Braz. Eu também, na outra Emenda levantei esta questão que agora V.
Exa. levanta e o Plenário entendeu que nós estávamos votando uma questão de
rejeição, porque quando é aprovado, ele coloca, neste caso vota a Emenda sim.
Só que votando sim, recoloca no texto, é um Destaque, Vereador.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, apenas para colaborar de
forma assim bem didática, uma sugestão à Mesa: Quando o Parecer for pela
rejeição, quer dizer que aquela Emenda não está incluída no texto, aí votamos o
texto. Quando o parecer for favorável, daí votamos a Emenda, apenas como
sugestão.
O SR. PRESIDENTE: Mas é isso que tem sido feito. Agora, o
Ver. Luiz Braz nos traz uma nova interpretação, que há poucos momentos era a
minha interpretação . Eu fui contrariado pelo Plenário, agora, não nos custa
inverter, só que não estamos sendo coerentes no processo de votação. Não tem
problema, V. Exas. decidem, o que importa é aprovar ou não.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu vejo que estou certo quando digo que
admiro V. Exa. pela sua inteligência, V. Exa. estava absolutamente correto.
Porque o que importa para nós é a Emenda que nós vamos votar. Então, nós vamos
votar a Emenda que foi destacada. Tanto faz o Parecer ser pela aprovação ou
pela rejeição, o que interessa é que nós vamos votar novamente esta Emenda. E
quando nós votamos novamente, então, vamos votar sim, ou não, aprovando ou
rejeitando a Emenda. Não interessa o parecer.
O SR. PRESIDENTE: Eu também concordo com V. Exa. porque a
confusão foi feita na Emenda anterior, da Vereadora Sônia Santos, quando foi
questionada sobre se entrou a rejeição ou não. Isto não importa. A aprovação
houve, mas o que importa aqui é o Destaque. O Destaque tira do texto, e o meu
entendimento é que para recolocar no texto tem que votar sim, dezessete sim.
Não importa se houve rejeição ou aprovação das Emendas, na Comissão. Para que
volte para o texto, teria que ter dezessete votos sim, é essa a minha
interpretação, não sei se o Ver. Juarez Pinheiro apanhou. Porque se não nós
vamos sair daquilo que nós, desde o início, estávamos fazendo. Nós temos votado
sempre a Emenda, não interessa para mim se tem Parecer favorável ou não; no
caso, ela foi destacada e, para voltar, precisa de 17 votos. Vamos continuar
numa jurisprudência, Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu apenas sugeri uma nova lógica de
votação, pode ser acatada ou não. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Eu sempre ouço com muita atenção e muito
prazer os nobres Pares, só que, desde o início, nós tínhamos levado em conta a
Emenda, não importava se rejeitada ou aprovada. Ver. Juarez Pinheiro, foi
surpresa para mim que Emendas já aprovadas pudessem também ser Destacadas.
Existia uma Comissão Especial justamente para fazer esse tipo de julgamento
antes de o Plenário fazê-lo, até porque lá havia 17 Vereadores, a maioria, mas
já que veio assim, que Emendas aprovadas também foram Destacadas e até depois
de aprovadas lá, rejeitadas aqui, por um Plenário diferente do de lá, acho que
deve haver coerência.
Entendo,
Srs. Vereadores, que devemos manter o caminho inicial traçado, não importa se a
Emenda foi rejeitada ou aprovada. Uma vez destacada essa Emenda, para voltar ao
texto tem que haver 17 votos “sim”, aí o Plenário derrota as aprovadas lá, ou
derrota as rejeitadas lá, porque o Plenário aqui é soberano, essa é uma
coerência.
Acho
que na Emenda anterior, da Vera. Sônia Santos, nós saímos dessa coerência,
então, sou propenso a aceitar a argumentação do Ver. Luiz Braz.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, respeitosamente,
interessa-nos, evidentemente, o resultado final no sentido da posição de cada
Vereador. Há pouco, V. Exa. verbalizou uma coisa que, na segunda-feira,
surpreendeu-me, mas como eu havia faltado à Sessão anterior, a primeira de
votação do Plano, senti-me prejudicado e acatei a orientação final. Acredito
que, realmente, houve um erro. V. Exa. formaliza bem agora, de ter-se admitido
Destaque de Emendas aprovadas.
Eu
não estou discutindo com a Diretora Legislativa, estou discutindo com o
Presidente da Casa. Acho que se deveria destacar o texto aprovado e não Emenda
aprovada, aí V. Exa. tem inteira razão. Permita-me, Sr. Presidente, para termos
clareza no encaminhamento, para evitarmos erro na avaliação, confesso que
continuo com dúvida no resultado final que quero atingir. Na Emenda da Vera.
Sônia Santos havia uma proposta de uma substituição. Então, era uma proposta
positiva., que foi negada. A Vereadora, então, destacou, para ter a chance de
novamente tê-la avaliada. O problema aqui é diferente, Ver. Nereu D’Ávila. Peço
que V. Exa. me acompanhe: na coluna central, o texto já está na lei. Por quê?
Porque a Emenda do Ver. João Carlos Nedel, que é negativa, porque quer retirar
alguma coisa, foi negada, e, ao ser negada, o texto permaneceu. Então, o nosso
problema é diferente da situação anterior da Emenda da Vera. Sônia Santos.
Veja: tenho o texto que está mantido; o Ver. João Carlos Nedel quer tirar um pedaço
e a Comissão negou a ele retirá-lo; então, ficou. Esse é o resultado que temos
até aqui. O Vereador pediu Destaque à Emenda. Então, o que temos que decidir de
fato é se queremos manter o texto como já está e, portanto, continuamos contra
o Ver. João Carlos Nedel, ou, ao contrário, vamos acatar o Ver. João Carlos
Nedel e vamos, portanto, mudar o texto que até aqui se encontra.
Estou
tentando refletir em voz alta sobre os passos, porque a minha assessoria se deu
conta do seguinte: se considerarmos só a Emenda como supressiva, vamos votar
“sim” ou “não”, e quem votar “sim” à Emenda vai tirar do texto; agora, se
votarmos o Destaque, aí muda o encaminhamento da votação. Então, é muito mais
uma decisão de V. Exa.: se vamos considerar a Emenda como supressiva, fica
claro que o Vereador que votar “sim”, na verdade está tirando o texto, e o
Vereador que votar “não”, está mantendo o texto. Se V. Exa., ao contrário,
considerar a votação do Destaque, aí, de novo, inverte. Então, é isso que a
Mesa precisa esclarecer para podermos ter clareza sobre como vamos encaminhar.
O SR. PRESIDENTE: Entendi perfeitamente o raciocínio de V.
Exa. A argumentação é brilhante só que, no caso, o que V. Exa. não considerou é
que temos mantido a seguinte jurisprudência: votar as Emendas. Na anterior,
acho que claudicamos, porque mudamos, e misturamos rejeição e aprovação, o que
não vem ao caso. Na argumentação de V. Exa., entendo que a processualística
apontada não altera o seguinte: no fim, há uma Emenda, seja supressiva, seja
não-supressiva, seja Emenda que coloca mais texto, ou não, mas esses textos
para serem acrescentados ou suprimidos, são feitos através de Emendas, e essas
Emendas, sendo destacadas, retiram do texto tanto aqueles Destaques que
presumivelmente suprimem ou aqueles que presumivelmente acrescentam ao texto.
Correto? Este Destaque retira do texto. Então, para recolocar no texto
original, supressivo ou não tem que ter o voto “sim”. Isso vem sendo adotado.
Nós temos votado as Emendas que foram destacadas. Agora já não entro no mérito,
porque nós dois já concordamos, mas isso já é outra situação, de que aprovadas
ou rejeitadas também foram destacadas; já não importa mais. Então, esta é a
minha decisão Vereador, até para manter a coerência.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, eu raciocinei
anteriormente e discordei de V. Exa. Nós estamos diante de uma quebra da lógica
jurídica pelo encaminhamento que o processo acaba levando. Então, como autor do
Destaque e autorizado até pelo Ver. João Carlos Nedel, eu solicito a V. Exa. a
suspensão da Sessão por dois minutos, para decidirmos o que nós vamos fazer,
porque nós não queremos atrapalhar o andamento dos trabalhos ou ter uma quebra
de coerência no processo.
O SR. PRESIDENTE: Dentro do princípio da transparência e da
democracia estabelecido por este Presidente desde o início da sua gestão, eu
vou aceitar o Requerimento de V. Exa., embora este Presidente já tenha a
decisão tomada a respeito do assunto, mas, democraticamente, mais uma vez,
rende-se ao Plenário. Estão suspensos os trabalhos por dois minutos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 18h10min.)
O SR. PRESIDENTE (às 18h13min): Estão reabertos os trabalhos.
Srs.
e Sras. Vereadoras, parece que está havendo uma certa tranqüilidade embora seja
evidente que o resultado que os Vereadores querem alcançar sempre é o melhor.
Todos nós queremos que as equações sejam resolvidas da melhor maneira. Eu quero
dizer que nós estamos diante de matérias complexas, delicadas, importantíssimas
para todos nós, para o futuro da Cidade, e é uma votação tensa. Este
Presidente, V. Exas. hão de compreender, conduz o processo, por isso peço a
compreensão dos Srs. Vereadores, porque não podemos mudar rotas. Então, o que
tenho, neste momento, como claro em meu raciocínio, é que, como eu disse:
suprimiu do texto, seja de que texto for, destaca; foi pedido Destaque. O
Destaque tem o condão de retirar do texto. Então, o meu raciocínio é linear e é
prático: para recompor o texto, para recolocar o texto, seja de que natureza
for, há que ter a afirmação de dezessete Vereadores, porque aí reintegra pela
maioria absoluta da Câmara. Então, nós vamos manter aquela coerência. Vamos
votar as Emendas. “Sim” voltará; não alcançados os dezessetes sim, estará fora
do texto. O Destaque será o vencedor. Essa vai ser a nossa orientação, salvo
se, em algum momento, alguma matéria especial, como essa, mereça uma
consideração, como requerida pelo Ver. Reginaldo Pujol. Suspenderemos a Sessão.
O Vereador, agora, naturalmente, vai se pronunciar a respeito.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão
de Ordem): Vereador-Presidente, V. Exa. encaminhou com perfeição, só que no
caso das Emendas como esta, que pedem a supressão, nessas Emendas, como nós
votamos exatamente a Emenda, quando votamos favorável à supressão, nós estamos
retirando.
O SR. PRESIDENTE: Perdoe-me, Vereador, nós não estamos
votando supressão. Nós sempre votamos duas coisas: a reintegração, e aí isso
quer dizer que recompõe o texto e o que tirou do texto? É o Destaque. Eu peço a
V. Exa. que não confunda este Presidente, porque quando se faz o Destaque, está
fora do texto. Não importa se a Emenda é supressiva ou acrescentadora,
Vereador. Por favor.
O SR. LUIZ BRAZ: Desculpe, Sr. Presidente, mas insisto com V. Exa. só no seguinte ponto:
quando é caso dessas Emendas supressivas, como o que está destacado é a Emenda
- a não ser que não seja a Emenda que esteja destacada -, eu vou votar é a
Emenda. E quando eu vou votar, preciso de 17 votos para suprimi-la. Então, nós
estamos aprovando a Emenda.
O SR. PRESIDENTE: Nesse ponto nós concordamos, Vereador.
Estamos aprovando a Emenda. Mas a Emenda manda suprimir.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
tentando ajudar, com o raciocínio linear de um engenheiro. Quando V. Exa.
coloca a Emenda em votação, só existem duas possibilidades: uma Emenda aprovada
anteriormente ou uma Emenda rejeitada anteriormente. Então, no caso de outro -
como elas foram destacadas, estejam aprovadas ou não anteriormente na
Comissão-, elas precisarão de 17 votos seja qual for o seu conteúdo, supressivo
ou não. Eu acho que essa é a forma mais simples, independente do conteúdo da
Emenda, para que ela volte ao texto. Esteja ou não no texto, precisará de 17
votos.
O SR. PRESIDENTE: Então, nós vamos sair daquela rota e
vamos votar uma supressão que o Vereador Luiz Braz está propondo. Nós não
estamos votando se é supressão ou não; estamos apreciando o Destaque, mas
votando a Emenda.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Perfeito. Eu acho que dessa maneira fica
mais claro.
O SR. PRESIDENTE: O Vereador Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a Emenda nº 361.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós
estamos vivendo uma situação de um certo paradoxismo. Nós destacamos uma Emenda
do Ver. João Carlos Nedel, que pleiteava que fosse retirada do texto a
expressão “que deliberarão sobre a consulta à continuidade das estantes do
planejamento regional”. A vigorar o entendimento que tem predominado até agora,
um simples Destaque retirou essa expressão do texto. É isso que tem entendido o
Presidente.
Então,
estamos numa situação extremamente tranqüila, pois se já está retirado do
texto, nós vamos trabalhar para que se não se aprove a Emenda.
A
Emenda que pede a retirada do texto, a prevalecer essa lógica, vamos trabalhar
para que ela não seja aprovada, porque, ao fazê-lo, ela sairá do texto. O
Presidente já declarou que já saiu do texto. Este é o entendimento que tem
prevalecido.
Eu
estou aqui em nome do Ver. João Carlos Nedel, como autor do Destaque, dizendo
que estamos fazendo uma advertência, porque chegamos à conclusão de que o texto
deve ficar como está escrito. Queremos contribuir para que ele fique da forma
que está escrito. É melhor que fique assim.
Só
que o meio que está sendo encaminhado é um contra-senso, nós praticamente
estamos desistindo da Emenda.
Nós
falamos, até agora, em voltar para o texto o que nunca esteve nele. Se ela for
reprovada, não está no texto? Todos dizem que está no texto. Está no texto,
tanto que estamos querendo retirá-la.
A
Emenda que foi rejeitada, Ver. Juarez Pinheiro, é que pedia a retirada que não
ocorreu. Então, o texto tem que ser mantido. Nós perguntamos: para manter o
texto, temos que votar sim ou votar não? Não? A Presidência entende que votemos
sim.
Eu
quero dizer, claramente, que o Ver. João Carlos Nedel, autor da Emenda, o Ver.
Reginaldo Pujol, que fez o Destaque, se somam à Casa para votar da forma que
esta entender como sendo adequada, para que no texto permaneçam as expressões:
“que deliberação sobre a consulta à comunidade na distância do planejamento
regional”. É isso que nós queremos dizer. O Ver. João Carlos Nedel, autor da
Emenda, o Ver. Reginaldo Pujol, autor do Destaque, se dobram à vontade da
maioria da Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pujol é sempre brilhante, mas,
neste momento, ou estamos, todos, numa fase de eclipse solar ou estamos apenas
raciocinando equivocadamente, porque o Ver. Pujol acaba de dizer da tribuna:
“Um simples Destaque tira do texto...”. Não é um simples Destaque; o Destaque
sempre tira do texto. Isso é lugar-comum. Não se trata de um simples Destaque.
O Vereador quer minimizar o Destaque achando que ele não retira do texto. Tira
do texto, sim, e para recolocar no texto são precisos dezessete votos. Isso é
linear; isso nós temos adotado sempre.
O
Vereador Reginaldo Pujol, inclusive, comunicou que o Ver. Nedel deseja que
fique no texto. Se ele deseja que fique no texto, neste momento, ele abre mão
do seu Destaque. O que se vota é a Emenda. Então, rejeitamos a Emenda, e o voto
é “não”, permanecendo o Destaque no texto da Emenda. Essa é a coerência que nós
temos mantido.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Destaque é uma medida
tão qualificada para retirar trecho de texto que a exigência legal que o
legislador colocou, para se fazer o Destaque, é um número qualificado de
Vereadores: um terço dos Vereadores. Onze Vereadores devem assinar o pedido de
Destaque.
O SR. PRESIDENTE: Nós devemos estar muito cansados, porque
a palavra Destaque já está dizendo: destaca-se, retira-se do texto. Isso já
está obsessivamente esclarecido. No caso em tela, da votação da Emenda nº 361,
mantemos o que vínhamos fazendo: votamos a Emenda. Como o próprio autor desiste
do Destaque, em casos como esse, nós temos procedido assim: votamos simbolicamente,
porque o autor não quer o Destaque, e a maioria, no caso, tem que votar “não”,
para manter o texto. Eu já fiz isso anteriormente, os Vereadores levantaram o
braço e negaram, que é o caso em
tela. Se acompanha o raciocínio do Ver. João Carlos Nedel, que desistiu do
Destaque, a Emenda tem que ser derrotada, e derrota significa “não”.
Em
votação a Emenda nº 361. Os Vereadores que são contrários à Emenda - vou ajudar
V. Exas. - permaneçam sentados. Todos
permaneceram sentados, a Emenda foi REJEITADA,
mantém-se a parte destacada no texto; ela não foi destacada do texto.
Em
votação a Emenda nº 357, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, destacada pelo
Ver. Reginaldo Pujol e outros.
Essa
é Substitutiva, substitui na Emenda nº 241 de Relator, inciso II, parágrafo 3º,
art. 61, a expressão “400 vagas” por “600 vagas”. Ele fala na Emenda nº 241 e a
rejeitada, de autoria da Vera. Sônia Santos, é a nº 341.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT(Esclarecimento): Na página 44, art. 61, parágrafo 3º,
inciso II: “2. Com guarda de veículos com capacidade superior a 400 vagas”. A
proposta, não estou entrando no mérito, é substituir 400 por 600.
O SR. PRESIDENTE: Não é da Emenda da Vera. Sônia Santos.
Então estamos esclarecidos, é outra matéria.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: A proposta é essa, quem estiver de
acordo ou em desacordo decide, mas acho que a Emenda está diretamente vinculada
a isso.
O SR. PRESIDENTE: Realmente está, não se refere à Emenda da
Vereadora que foi derrotada, é a Emenda da Emenda nº 241 do Ver. Hélio
Corbellini.
O Ver. Reginaldo Pujol encaminha a Emenda nº
357.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a
Emenda nº 241 do Ver. Hélio Corbellini foi considerada prejudicada e por isso
não teve parecer da Comissão. Essa Emenda nº 241 assemelha-se à Emenda nº 357,
que propunha substituir na Emenda nº 241, que também é de autoria do Ver. Hélio
Corbellini, a expressão “quatrocentas” por “seiscentas vagas”, no inciso III do
parágrafo 3º, que diz o seguinte: “Considera-se de grande porte as edificações
com área computável ou superior a três mil metros, com guarda de veículo com
capacidade superior a quatrocentas vagas”. Entendemos, e por isso destacamos,
que o que a Emenda pretendia, que era colocar seiscentas vagas, era o correto.
Ou seja, que são consideradas edificações de grande porte as que tenham mais de
seiscentas vagas para veículos e não quatrocentas vagas. É isso que queremos
ver recuperado, e colocamos nossa posição favorável e, em se votando a favor,
vamos modificar a expressão “quatrocentos” por “seiscentos”, e com isso
estaremos atingindo o objetivo do nosso Destaque.
Temos
que votar “sim” para aprovar a Emenda nº 357, e com essa circunstância,
transformar de quatrocentos para seiscentos o número de vagas que caracterizam
o empreendimento de grande porte, conforme estabelece o parágrafo 3º do art. 61
da lei que estamos analisando. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador. )
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt
para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
poderia argumentar, em relação ao mérito, com o Ver. Reginaldo Pujol e poderia,
talvez, até admitir que é bom termos mais garagens, porque podemos tirar mais
carros da rua, guardar, etc. Eu, por uma questão de coerência, de toda a
discussão que fiz em torno do Plano Diretor, sempre briguei para que
incentivássemos mais o transporte coletivo, e, portanto, fica incoerente, aqui,
aumentarmos as garagens.
Agora,
eu quero levantar uma outra questão, que me parece, como técnica legislativa,
mais grave, motivo pelo qual me coloco contra a Emenda. Quero chamar a atenção
dos Srs. Vereadores de que no inciso III, nós temos, destinados a garagens
comerciais com capacidade superior a duzentos vagas. No art. 57, inciso III,
que está na página 43, nós temos também a menção de guarda de veículos de 200 a
400 e de 100 a 200. Se nós, agora, passarmos de 400 para 600, vamos criar, em
primeiro lugar, uma incompatilidade entre um artigo e outro, e pior, vamos
criar um vácuo, porque nós já temos uma tabela 100, 200, 400. Se mudarmos,
passaremos a ter 100, 200, um artigo vai dizer 400 e outro vai dizer 600. E
assim, realmente, vai dar uma matemática onde não vamos chegar a lugar nenhum.
Encaminho
contrário à Emenda, independente do mérito eventualmente levantado pelo Ver.
Reginaldo Pujol, porque bem ou mal, certo ou errado, nós já tivemos
referenciais de 100, 200 e 400 nos artigos anteriores; não tem mais como mudar
a regra aqui, senão realmente vai virar “samba de crioulo doido” , e todo o
nosso esforço tem sido para evitar esse tipo de coisa. Nesse sentido, estou
encaminhando contrário, porque temos que manter a referência, a lógica do que
já está estabelecido. E aí, Ver. Reginaldo Pujol, não entro, sequer, no mérito
do que V. Exa. chegou a desenvolver. Vou-me ater, exclusivamente, à questão
dessas referências: 100, 200 e 400. Se tivermos 600, realmente, vamos criar um
novo número que não é número metafísico, mas que desequilibra o encaminhamento
do texto do Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a Emenda nº 357.
O SR. REGINALDO PUJOL: Senhor Presidente e Srs. Vereadores,
concluo que estamos chegando à exaustão, pois estamos esquecendo algumas
coisas. Peço a atenção de todos para um raciocínio matemático. Estamos, aqui,
definindo o que é considerado construção de grande porte, e aí colocamos o
seguinte; “Considera-se de grande porte as edificações com área computável
superior a trinta mil metros quadrados.” Em outra parte do Plano, diz que cada
vaga de estacionamento terá que ter cinqüenta metros quadrados. Correto? Então,
o que estou fazendo, aqui, quando eu coloco seiscentos? Ver. Antonio Hohlfeldt,
seiscentos é a multiplicação de cinqüenta por seiscentos, que dá os trinta mil.
O que não podemos fazer é um conflito dentro do mesmo artigo. Se consideramos
que é de trinta mil metros o parâmetro; e, por outro lado, dizemos que são
quatrocentas vagas, essas quatrocentas vagas vão dar vinte mil metros, e não
trinta mil metros. É matemático. Não tem nada a ver com as outras referências
do Ver. Antonio Hohlfeldt. Isso é um delimitador de parâmetro. O item um deu um
parâmetro de trinta mil. Segue a mesma linha de raciocínio: trinta mil,
dividido por cinqüenta, dá seiscentos e não quatrocentos. Por isso a correção.
Eu
não estou introduzindo nada aqui, estou colocando a matemática. Inicialmente se
pensava em vinte mil. Depois, chegou-se a trinta mil. Se todos concordam que é
trinta mil, tem que subir o número de vagas nas garagens para seiscentas e não
quatrocentas vagas, conforme está colocado no texto, que pretendemos ver
alterado. Entendido, Ver. Antonio Hohlfeldt?
O Sr. Antonio Hohlfeldt: Na metragem eu concordo, só que na Emenda
anterior nós não mexemos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Vereador, aqui é parâmetro. Por isso eu
trouxe essa colocação. É matemática. Eu não tenho compromisso com a Emenda do
Ver. Hélio Corbellini, o que justificou que ele apresentasse esse raciocínio.
Três mil dividido por cinqüenta, dá seiscentos e não quatrocentos. Decidir o
contrário é inverter o raciocínio matemático. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ainda
seguindo o raciocínio matemático, o Ver. Pujol não se deu conta que, no Plano,
nós também temos garagens com 25 metros quadrados. Então depende do tipo de
construção que nós estamos trabalhando - com vinte e cinco metros quadrados,
cinqüenta metros quadrados e setenta e cinco metros quadrados - e da
edificação. Há supermercados com vinte e cinco metros quadrados. É uma
possibilidade. Nós temos que cruzar esses dois critérios, porque num
estabelecimento que tenha muito fluxo, o número de vagas é muito importante
para o impacto da região, Ver. Pedro Américo Leal. Então, nós não podemos
ampliar muito o número de vagas, porque o impacto vai ser muito grande na
região.
O
projeto original trabalhava com vinte mil metros quadrados. Já houve uma boa
negociação e houve a ampliação para trinta mil metros quadrados. Nós temos que
ter critérios. Se nós, além de termos aumentado a área total de empreendimento,
aumentarmos mais ainda o número de vagas, o impacto na região vai ser muito
grande, Ver. Reginaldo Pujol. Assim será insuportável. Não podem ser os dois
critérios ao mesmo tempo, ou um ou outro. Portanto, nós estamos, aqui, pedindo
aos Vereadores para manter o número total de vagas em quatrocentos, que já é um
número muito significativo para um empreendimento. Pedimos para os Vereadores
votarem contra a Emenda. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 357. Continuam os
mesmos critérios. Quem votar “sim” estará votando a favor da Emenda e, conforme
explicou o Vereador, da tribuna, a favor das seiscentas vagas. Quem votar “não” estará mantendo o Destaque.
Em
votação nominal a Emenda nº 357. (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 5 votos SIM, 19 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.
Não
havendo mais quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h48min.)
* * * * *